Para contribuir com a educação científica de jovens surdos, Sergipe desenvolve um projeto que promove o ensino da Química, Física, Matemática e Biologia com experimentações práticas para estudantes com deficiência auditiva, em complemento ao ensino básico. Fomentado pelo Governo do Estado, o apoio financia a atuação de profissionais bolsistas e a compra de materiais para desenvolver os instrumentos experimentais do projeto, desenvolvido no Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), escola bilíngue para surdos.
Bolsista do projeto, Vitor Alves é surdo e conta o que acha da iniciativa, por meio de tradução simultânea com uma intérprete de Língua Brasileira de Sinais – Libras. “Gosto muito do projeto, o meu conhecimento aumentou muito. Os experimentos são muito visuais e palpáveis, e consigo entender melhor o conhecimento”, avalia.
Financiamento
Fomentado com recursos do Governo de Sergipe, o projeto foi contemplado pelo Edital nº 09/2022, por meio da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE).
Segundo o presidente da Fapitec/SE, Alex Garcez, os editais de apoio à pesquisa são uma importante ferramenta para o desenvolvimento de projetos que beneficiam a população sergipana. “Este projeto está de parabéns por trabalhar no campo da Ciência, que investiga os fenômenos e estruturas mais fundamentais da natureza, com alunos surdos para que eles tenham novas experiências, é fantástico”, enfatiza.
Experimentos
Alguns dos principais experimentos desenvolvidos são relacionados à óptica e eletricidade, de acordo com a pesquisadora e professora de Física, Divanizia Souza, coordenadora do projeto com apoio do Departamento de Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS). “A ideia é que essa alfabetização científica para os alunos surdos contribua um pouco mais na educação deles. Desenvolvemos experimentos em que eles possam colocar a ‘mão na massa’, destaca.
O estudante surdo Floriano de Almeida Neto explica que buscava informações sobre experimentos científicos na internet, mas tinha dúvidas sobre o que era verdadeiro ou ‘fake news’, e que a partir do projeto conseguiu saber a verdade sobre os experimentos e ter mais conhecimento. “Isso é maravilhoso para o meu futuro, para o meu aprendizado e para entender mais sobre as coisas”, aponta.
De acordo com a professora bilíngue das disciplinas de Biologia e Química e de Educação e Saúde e Laboratório de Ciências da Natureza do Ipaese, Marta Leão, os alunos surdos têm dificuldade de aprender conteúdos científicos e o projeto faz com que a Química, Física, Matemática e Biologia fiquem mais palpáveis. “O projeto consegue trazer experimentos para eles e traz esse leque, abrindo as possibilidades”, avalia.
Glossário de Sinais Científicos
A partir das experimentações, o projeto também tem o objetivo de criar uma biblioteca de Glossário de Sinais Científicos para contribuir com a alfabetização científica de jovens surdos. Ao final do projeto, os materiais serão disponibilizados em plataformas virtuais de amplo acesso, para que outros professores, estudantes e demais interessados também possam usufruir dos conhecimentos desenvolvidos.
Fonte: FAPITEC (Por: Ascom Fapitec)
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