Uma equipe da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), campus de Cáceres, coordenados pelo pesquisador Renê Arnoux da Silva Campos da área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, investigam a qualidade do mel da região do Pantanal, quanto aos principais compostos bioativos (ácidos fenólicos, flavonoides) e a atividade antioxidante (DPPH e FRAP), visando contribuir para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da apicultura no estado.
Com os resultados obtidos foi possível identificar marcadores bioquímicos para o mel do Pantanal. O ácido p-cumárico pode ser considerado um marcador para o mel branco d’água, o ácido trans-cinâmico para o mel extra-branco/branco e a luteolina para o mel âmbar.
Com esses resultados foi possível selecionar a produção de mel do Pantanal com qualidade superior, demarcando produtores com potencial produtivo para competir com os méis de outras regiões do Brasil e no mercado internacional. A pesquisa é fomentada pelo governo do estado de Mato Grosso, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
Os mel tem grande valia para a indústrias alimentícias, farmacêuticas e cosméticos, por conterem substâncias benéficas para a saúde, na prevenção de doenças e na melhoria da saúde dos consumidores.
“É um alimento natural, rico em energia e substâncias benéficas à saúde humana por possuir diversas propriedades terapêuticas. Do ponto de vista biológico e analítico, o mel é um produto complexo, uma vez que sua composição é determinada pela origem floral, geográfica e condições climáticas. Suas propriedades terapêuticas são determinadas pela sua composição química. Além de açúcares, o mel apresenta uma ampla gama de componentes minoritários, muito dos quais, propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias (polifenóis). Os polifenóis são um importante grupo de compostos relacionados à aparência e propriedades funcionais do mel. No corpo humano, as reações oxidativas causam efeitos adversos à saúde, estando relacionados, por exemplo, às doenças cardiovasculares e câncer”, afirma o pesquisador.
No Pantanal, a produção de mel se dá em condições especialmente favoráveis, pois o néctar é oriundo principalmente de floradas silvestres, isentas de produtos agrotóxicos. As boas condições de extração e processamento dos produtos apícolas na região resultaram no maior controle de qualidade e estabilidade nas características físico-químicas requeridas para o consumo. Na área de Ciência dos Alimentos, a utilização de marcadores bioquímicos constitui-se uma tecnologia inovadora, sendo considerada de grande importância para a certificação de produtos regionais, permitindo com isso a proteção comercial de certos produtos tradicionais, valorizando sua tipicidade, autenticidade e qualidade, contribuindo positivamente para as economias locais, contribuindo para a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais do Pantanal.
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) conferiu a certificação de indicação geográfica ao Mel do Pantanal, atribuindo aos produtos desta região reputação de “ecologicamente correto”, tornando-o mais competitivo e facilitando o acesso a novos mercados.
Fonte: FAPEMAT (Por Widson Ovando, da Assessoria de Comunicação da Fapemat)
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