A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) está financiando uma pesquisa da Universidade Estadual de Goiás (UEG) voltada à recuperação de ambientes aquáticos degradados, utilizando soluções baseadas na natureza. O projeto, coordenado pelo professor João Carlos Nabout, da UEG, explora técnicas que aliam a biodiversidade ao uso de plantas aquáticas para restaurar a qualidade da água, além de novas tecnologias de monitoramento ambiental.
Os estudos são compostos por três principais processos. O primeiro foca no monitoramento de como substâncias impactam a biodiversidade aquática, especialmente algas, bactérias e outros microorganismos presentes na água. O biomonitoramento é utilizado para entender como as substâncias poluentes afetam a qualidade da água e a vida microscópica. Um segundo pilar do estudo consiste em testar diferentes métodos de recuperação de ambientes aquáticos degradados, utilizando plantas aquáticas para remover impurezas da água.
O processo consiste em simular ambientes degradados e testar como diferentes espécies de plantas aquáticas podem ajudar a restaurar a qualidade da água. A técnica é identificada com “soluções baseadas na natureza”, ou seja, usar recursos naturais, como as plantas, para reverter os danos causados pela ação humana. “Essa condição degradante é bastante comum em lagos e rios que muitas vezes recebem esgoto e produtos químicos, com este experimento temos condições de desenvolver técnicas que possam recuperar esses ambientes”, explica o professor.
Outra linha de pesquisa está voltada para o emprego de novas técnicas de biomonitoramento, utilizando tecnologia avançada como DNA ambiental, sensores remotos e drones. Essas ferramentas ajudam a acelerar a coleta de informações sobre a biodiversidade e obter resultados mais precisos em tempo real. A pesquisa também busca entender os impactos das mudanças climáticas sobre os microrganismos aquáticos. “Realizamos experimentos que simulam o aumento da temperatura da água, o que nos permite prever como os ecossistemas aquáticos podem ser afetados pelas mudanças climáticas. Essa é uma informação vital, já que nos ajuda a ações planejadas de mitigação desses impactos no futuro”, ressalta Nabout.
Na área, são instaladas 80 caixas d’água, cada uma com capacidade de 500 litros que simulam pequenos lagos. Essas caixas estão conectadas a um sistema de canos delimitados que permitem controlar individualmente cada uma delas. Além disso, existem equipamentos e laboratórios de uso associado que complementam o trabalho de pesquisa. Esse sistema possibilita realizar experimentos em condições controladas que não seriam possíveis em ambiente natural. O projeto “Serviços Ecossistêmicos Fornecidos pelos Microorganismos” é focado na área experimental e recebe fomento da Fapeg. Já a área experimental do mesocosmos foi construída com recursos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Universidade Federal de Goiás (UFG), que também recebe apoio da Fapeg.
Fomentos da Fapeg
A estrutura servirá ainda como espaço de formação para alunos de graduação e pós-graduação da UEG e de outras instituições que atuam diretamente na pesquisa, com o apoio de bolsas da Fapeg. “Sem o apoio da Fapeg, seria impossível construir essa infraestrutura e realizar esses estudos em larga escala. É fundamental destacar a importância do financiamento para o avanço da ciência”, destaca o pesquisador. A parceria entre a Fapeg e a UEG reforça o compromisso de ambas as instituições com o avanço da ciência, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de soluções sustentáveis para os desafios ambientais do estado de Goiás.
Cláudio Stacheira, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Estadual de Goiás (UEG), destacou que “a função que a Fapeg desempenha dentro do estado de Goiás é essencial, seja para aportar financiamento, mas também para construir redes de colaboração entre instituições, entre pesquisadores entre governos”. O pró-reitor afirma ainda, que “para o estado de Goiás o protagonismo que a Fapeg extrapola as fronteiras e consegue dar a possibilidade de relação de pesquisadoras e pesquisadores goianos com outros estados como, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, a partir das redes que a Fapeg constrói”.
A área experimental do mesocosmos é mais um resultado do contínuo do trabalho da Fapeg em apoio ao fortalecimento do desenvolvimento científico e a parceria entre as instituições públicas do estado de Goiás. “A colaboração entre a Fapeg e a UEG permite que pesquisas de relevância estratégica, como a área experimental de mesocosmos, contribuam diretamente para soluções sustentáveis, como a segurança hídrica e a recuperação de ambientes aquáticos. Essa união de esforços permite que os benefícios dessas inovações cheguem à sociedade goiana”, acrescenta Marcos Arriel, presidente da Fapeg.
Fonte: FAPEG (Por: Ascom Fapeg)