Estudos desenvolvidos por um grupo de pesquisadores, coordenada pela professora doutora Claudinéia de Araújo, da área de Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), realizou um estudo transversal com pacientes em fase de realização de biópsias confirmatórias ao diagnósticos para câncer de próstata, estudando dados clínicos e epidemiológicos e também, a associação entre os exames anatomopalógico (AP) e imuno-histoquímica, com correlação de alguns genes humanos (DNA).
Para a avaliação molecular do nível de expressão de genes potencialmente envolvidos com formas agressivas do câncer de próstata foram utilizados, pelo menos, três fragmentos oriundos de diferentes regiões da próstata, por meio da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR).
Na investigação, os resultados de correlação fenótipo-genótipo estudados até o momento, evidenciaram que a maioria dos pacientes com resultados de biópsia negativo (anapatológico) apresentaram baixa expressão de alguns genes, como por exemplo, os transcritos CSDA e Ciclina-D1. Já os pacientes com resultados inconclusivos ou positivos, apresentaram níveis mais elevado de expressão dos genes KI67, BRAC1e BRAC2, observou-se também que os pacientes com biópsias classificada como adenocarcinoma acinar e Gleason de 9 (5+4) e 8 (4+4), respectivamente, mostraram níveis ainda elevados de expressão destes transcritos.
O câncer de próstata é uma doença heterogênea, cuja etiologia ainda não foi completamente elucidada. Devido à sua heterogeneidade, o tumor de próstata pode ter um curso indolente ou extremamente agressivo, o que tem suscitado a importância do estudo de marcadores genéticos relacionados ao aparecimento e desenvolvimento de formas agressivas desta neoplasia.
De acordo com a pesquisadora, “a detecção precoce e a possibilidade de evolução das formas agressivas desta neoplasia são desafios complexos e ainda insuficientemente explorados no âmbito nacional e, principalmente regional, principalmente no que diz respeito à função dos genes envolvidos na ocorrência e evolução desta doença. Portanto, nossos resultados podem contribuir para uma maior compreensão destes processos de expressão gênica correlacionada com as condições clínicas apresentadas pelos pacientes no momento da confirmação do Câncer de Próstata”.
Os pesquisadores ressaltaram ainda que, os objetivos deste estudo vão de encontro com a proposta de monitoramento realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), fundamental para a criação de ações de prevenção e controle deste tipo de câncer, a partir da avaliação dos seus fatores de risco e, também a possibilidade do olhar para especificidades regionais em relação aos problemas que afetam a saúde da população masculina no Brasil.
Fonte: FAPEMAT (por Widson Ovando | Ascom Fapemat)
SIGA O CONFAP NAS REDES SOCIAIS: