| Em 23/06/2021

Pesquisa apoiada pela FAPEMAT investiga atividade antiviral de diferentes classes de plantas medicinais contra o Vírus Mayaro

Dados epidemiológicos mostram que o vírus vinha circulando há décadas pelas regiões Norte e Nordeste e que o número de pacientes infectados tem aumentado no Centro-Oeste e Sudeste nos últimos anos. (Foto: divulgação Fapemat)

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato grosso (Fapemat), a pesquisadora da área de farmacognosia, professora Carla Regina Andrighetti da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Sinop, realiza estudos na investigação da atividade antiviral de diferentes classes de plantas medicinais contra o vírus Mayaro, um  arbovírus,  que não dispõe de terapia específica ou vacina.

O Mayaro é um arbovírus da família Togaviridae, gênero Alphavirus, assim como o vírus Chikungunya, e causa principalmente febre e dores nas articulações que podem persistir por meses. Ele já é considerado endêmico em várias regiões do Brasil. Não há vacina que previna contra a doença. Por outro lado, é possível evitar a infecção e, se for o caso, controlar seus sintomas.

A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema (inchaço) e, ocasionalmente, pode ser incapacitante ou limitante, persistindo por meses.

“Até o momento não há tratamento antiviral específico ou vacina para prevenir a infecção pelo vírus Mayaro. Os pacientes devem permanecer em repouso, acompanhado de tratamento sintomático, com analgésicos e anti-inflamatórios, que podem proporcionar alívio da dor e febre. Assim, é necessário buscar alternativas para o tratamento das infecções humanas causadas por estes vírus”, afirma a pesquisadora.

                                 Vírus Mayaro (Foto por: Fapesp)

Dados epidemiológicos mostram que o vírus vinha circulando há décadas pelas regiões Norte e Nordeste e que o número de pacientes infectados tem aumentado no Centro-Oeste e Sudeste nos últimos anos. Entretanto, acredita-se que o número de casos ainda seja subnotificado.  Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) elucidaram a estrutura molecular completa do vírus Mayaro, que pode ser transmitido para humanos por meio de mosquitos.

Várias abordagens têm sido usadas para a descoberta de novos fármacos antivirais incluindo o uso de produtos naturais, que pode ser explorado para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos.

Nestes estudos da pesquisa em Mato Grosso estão sendo avaliadas a potencial atividade antiviral contra o vírus Mayaro de diferentes classes de flavonoides obtidos de fontes naturais, já disponíveis comercialmente, de flavonoides obtidos a partir da bioconversão da quercetina e de uma série de flavonoides obtidos por síntese.

Assim como, estão sendo avaliadas a potencial atividade antiviral dos extratos etanólicos obtidos a partir de diferentes plantas da biodiversidade Matogrossense.

Entre elas estão sendo testadas frutos de melão de São Caetano (Momordicacharantia L.), das flores e folhas de cravo de defunto (Tageteserecta L.) e das folhas de mamão (Caricapapaya L.). Estas plantas medicinais são usadas na medicina popular para o tratamento das infecções causadas pelos vírus Dengue e Zika.  A seleção de plantas para a pesquisa e desenvolvimento baseada na alegação de um dado efeito terapêutico em seres humanos, pode ser um valioso atalho para a descoberta de novos fármacos.

 

Fonte: FAPEMAT (por Widson Ovando | Fapemat, com acréscimos)

 

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