O Governo do Maranhão, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), aportou R$ 2 milhões em apoio a pesquisas que contribuem para a resolução de problemas prioritários e o avanço sustentável na região amazônica, no âmbito da chamada Amazônia+10. As pesquisas têm como objetivo o desenvolvimento de soluções sobre os desafios da Amazônia Legal, como a conservação da biodiversidade e mudanças climáticas; proteção de populações e comunidades tradicionais; desafios urbanos e bioeconomia.
Cinco projetos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), com a participação de pesquisadores de outros estados brasileiros, foram selecionados por meio de edital e já receberam recursos da Fapema para o desenvolvimento de pesquisas, que têm prazo de execução de 36 meses. Para além desses projetos, a Fapema tem dezenas de outros estudos voltados para Amazônia apoiados ao longo dos últimos anos.
O programa Amazônia+10, lançado no ano passado, em Manaus (AM), durante o Fórum Nacional do Conselho dos Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia (Consecti) e o Fórum Nacional do Conselho das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), conta com a adesão de 23 fundações, incluindo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), responsável pelo maior aporte de recursos, que totaliza mais de R$ 52 milhões investidos para a primeira chamada.
“Trata-se de uma ação primordial para a implementação de uma política de desenvolvimento econômico da Amazônia”, destacou o presidente da Fapema, Nordman Wall. “Essa ação demonstra o compromisso do governador Carlos Brandão com o desenvolvimento sustentável”, concluiu. Na última terça-feira, Brandão participou, em Belém, no Pará, de discussões sobre a colaboração no programa regional Amazônia Sempre, que visa mobilizar financiamentos a projetos na região amazônica. O evento reuniu os governadores da Amazônia Legal, ministros e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn.
Pesquisas
Entre os estudos apoiadas pela Fapema por meio do edital Amazônia+10 está o do pesquisador da Ufma, Márcio Aurélio Pinheiro Almeida, pós-doutor em Físico-Química Inorgânica. O trabalho “Resina de breu branco como plataforma de bioprodutos: de combustível a polímeros sustentáveis”, desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Federal da Amazônia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi iniciado este mês. Um dos objetivos do projeto é preparar metodologias para implantação de unidade piloto de produção de biocombustíveis que será doada a comunidades para uso em pequenos barcos.
“Uma das principais características da região amazônica é a vasta distância a ser percorrida para interligar alguns pontos, que leva os deslocamentos a serem feitos, muito comumente, por transporte fluvial”, afirma o pesquisador. “Esta característica de transporte fluvial obriga que cidades e aldeias mais distantes fiquem dependentes de combustíveis fosseis para o deslocamento, criando um gargalo econômico e social por conta dos preços dos combustíveis”, completou.
Com a pesquisa, Márcio Almeira busca converter a resina de breu-branco, comumente encontrada e vendida em mercados municipais da região amazônica, em um combustível compatível com a gasolina para ser usado em motores do tipo rabeta, muito usado pela população ribeirinha.
Outro contemplado do Maranhão foi o antropólogo Benedito Souza Filho, da Ufma. Selecionado com a pesquisa “Territórios sociobiodiversos no Maranhão e Pará: ambiente, conhecimento e sustentabilidade”, ele destaca a relevância da iniciativa.
As demais pesquisas com participação maranhense, que contam com apoio do Governo do Maranhão, por meio da Fapema, são: “Inovação e transição sustentável: cesta de bens e serviços em territórios amazônicos”, de Itaan Santos, da Uema; “Inovações tecnológicas para monitoramento controle vetorial e dos agentes etiológicos da malária e dengue na Amazônia”, de Joelma Soares da Silva, da Ufma; e “Recuperação de fósforo secundário para uma agricultura ecológica em solos amazônicos: avaliação do potencial fertilizante proveniente de efluentes de aquicultura”, de Adenilson Oliveira, da Ufma.
Os trabalhos estão sendo executados em conjunto com pesquisadores das universidades estaduais de Campinas (Unicamp), Maringá (UEM), Londrina (UEL); as federais do Oeste do Pará (UFOPA), de Santa Catarina (UFSC), do Amapá (UNIFAP), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Amazonas (UFAM); e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Fonte: FAPEMA (Por: Cláudio Moraes/ Ascom Fapema)
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