| Em 17/10/2023

Governo da Paraíba incentiva empresa de Campina Grande na produção de colheitadeira de palma e impulsiona produção no Semiárido

Empresa fabricou primeira colheitadeira de palma do mundo com apoio financeiro de edital da Fapesq. (Foto: Laboremus/Divulgação)

Empresa de Campina Grande fabrica a primeira colheitadeira de palma do mundo e vai lançar o equipamento no VI Congresso Nacional de Palma, em Montes Claros (MG), neste mês de outubro (19 a 21). A Laboremus trabalha com linha agrícola e linha ecológica e projeta seu trabalho com Pioneirismo, Inovação e Qualidade. O projeto de fabricação da máquina teve seu início em agosto de 2020. Desde então, foram desenvolvidos três protótipos até chegar à versão final. Para a pesquisa e inovação do protótipo a empresa obteve recursos por meio do edital Tecnova II PB, de subvenção econômica à inovação nas empresas do estado da Paraíba.

O edital é executado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCTI), e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties/PB), destinado a empresas paraibanas com projetos de inovação. O montante global dos recursos financeiros aportados pelo Programa Tecnova II PB é de R$ 4,2 milhões, destinados ao apoio a projetos de inovação, sendo R$ 700 mil para cada área: Faixa A – Projetos com orçamento entre R$ 150 mil e R$ 200 mil; ou Faixa B – Projetos com orçamento entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. A chamada beneficiou 18 empresas, com a destinação de R$ 1 milhão para atender aos projetos submetidos na Faixa A e R$ 3,2 milhões para atender aos projetos submetidos na Faixa B. A Laboremus foi beneficiada com um total de R$ R$ 233.700,00 por subvenção econômica.

O apoio da Fapesq vai colocar a Laboremus em outro patamar tecnológico. Vai impulsionar o desenvolvimento da nossa empresa”, afirmou o diretor/sócio da Laboremus, Fabiano Dias de Souza. Segundo ele, a colheitadeira de palma foi desenvolvida para revolucionar o agronegócio através da mecanização da cultura da palma forrageira que possui grande valor nutritivo e faz parte da base alimentar dos rebanhos além de ser resistente a longas estiagens. Ideal para quem quer alavancar a produção rural. “A mecanização da palma é fundamental para que os potenciais produtores vejam a importância estratégica dessa cultura para o período de seca e comecem a investir na cultura”, ressaltou Fabiano.

A máquina tem a capacidade de colher entre 25 a 50 toneladas/h. É compatível para colher vários tipos de palma: variedades doce, gigante, orelha de elefante. Em plantios de fileira única ou dupla, entre linhas de centro a centro de 2m ou espaçamento livre para o trator e o vagão. Sua estrutura é toda em aço reforçado e seu sistema hidráulico é acionado através de uma bomba tracionada por cardan (que dispensa a corrente e a coroa) na tomada de força do trator. Seu sistema de tração permite vários graus de liberdade tais como; transporte sem corte de 0 a 90°; transbordo a 35° e transbordo a 90°.

O corte é executado através de dois discos serrilhados que giram em direções contrárias, permitindo um corte ainda mais perfeito, tornando a rebrota mais rápida e uniforme. Seu sistema hidráulico permite regulagem de altura de 0,25cm até 55cm. O transporte é feito através de esteiras taliscadas, sendo uma principal, que recolhe o corte e outras três para fazer o transbordo.

A versão atual com os melhoramentos – Avohay

(Foto: Laboremus/Divulgação)

História

Na década de 1920, na cidade brasileira de Campina Grande, um empresário chamado José Luiz de Sousa inicia seu empreendimento na região com uma oficina mecânica dando assistência aos engenhos de cana na região. A Laboremus surgiu com a missão de transcender gerações com produtos inovadores e confiáveis que contribuam para a sustentabilidade e produtividade da Paraíba. Com pioneirismo iniciou na fabricação de desfibradores de sisal, e em seguida desenvolveu os primeiros fatiadores de palma do mundo.

“A Laboremus é uma empresa séria, que se preocupa tanto com a qualidade de seus produtos quanto com a qualidade de vida de seus colaboradores. Temos orgulho de ter uma equipe experiente e engajada com tecnologia e funcionalidade. Hoje, o resultado desse trabalho é visto nas diversas máquinas como as desfibradoras de forragem, paleteiras, balanças e trituradoras para feno e cana-de-açúcar”, observou Fabiano. “A Laboremus faz parte da história do agronegócio brasileiro. Desde 1924 tem o compromisso em ouvir ideias e opiniões, sempre buscando atender os mais exigentes produtores rurais, pois é através deles que o alimento se transforma em vida”, enfatizou.

Palma Forrageira

A palma é uma cactácea utilizada para múltiplos usos, dentre eles, como planta forrageira, fruta, verdura para o consumo humano, cercas vivas, controle de erosão, conservação dos solos, paisagismos, produção de corantes, entre outros, sendo o uso como forragem o mais importante no Brasil. É um dos cultivos mais apropriados para as regiões Semiáridas, por suportar período de seca, altas temperaturas, solos pobres que exijam poucos insumos energéticos, e de fácil manejo no plantio, que proporciona alimento e forragem para a agricultura, e cujos produtos e/ou os subprodutos são apreciados e possuem valor de mercado.

Estudos científicos sobre a palma forrageira realizados na região Nordeste e publicados nos últimos 10 anos demonstram o potencial gastronômico e nutricional da palma, por meio de análises físico-químicas, químicas, microbiológicas e/ou sensoriais. Segundo as pesquisas, a cactácea possui elevado valor nutritivo, rica em vitaminas, proteínas e minerais, é vista como excelente suplemento alimentar, tanto para os animais como para humanos.

Vantagens do uso da palma forrageira na alimentação animal e humana

Possui alto teor de água (pode fornecer até 90% das exigências nutricionais dos animais); alta produtividade de matéria seca (pode ser produzida ao longo de todo ano e suprir as demandas animais até no período de estiagem); alimento energético (alto teor de carboidratos e moderado teor de fibras, substituindo o milho na alimentação animal) e boa aceitação e digestibilidade (muito usada na alimentação de bovinos em crescimento, vacas leiteiras, caprinos e ovinos).

A palma forrageira também pode ser utilizada na alimentação humana em diversas receitas. Ela é rica em minerais como cálcio, magnésio, ferro e vitaminas com B1, B2 e vitamina A. Em países como o México, o consumo de palma na alimentação humana é algo cultural. No norte de Minas Gerais, as raquetes de palma são incorporadas ao picadinho de carne. Com o fruto da palma, também conhecido como figo da Índia, são feito sucos, geleias e néctar.

As publicações acadêmicas destacam vários produtos obtidos da palma: bebida mista, iogurte, umbuzada, mistura enriquecida e pão de forma, utilizando a polpa da palma, a entrecasca e os brotos. Foi possível concluir que a inclusão da palma forrageira na formulação de produtos alimentícios é uma alternativa viável para o aproveitamento desse vegetal.

Ações para o Semiárido

O semiárido é uma região estratégica para o Governo da Paraíba. Entre as ações de fomento do Estado está o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais – Incluir Paraíba, executado pela Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS) em conjunto com a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER).

O Incluir Paraíba tem a finalidade de favorecer a ascensão social e econômica de famílias agricultoras, por meio do acesso ao fomento rural, voltado à implementação de projetos produtivos, com especial estímulo às atividades desenvolvidas por mulheres e jovens rurais. Além disso, o programa visa estimular a geração de trabalho e renda com sustentabilidade, promover a segurança alimentar e incentivar a participação de seus beneficiários em ações de capacitação social, educacional, técnica e profissional, além de incentivar a organização associativa e cooperativa na região.

O PB Rural Sustentável é outro projeto do Governo do Estado da Paraíba, em parceria com o Banco Mundial, que é um dos alicerces para a promoção do desenvolvimento econômico e social da população da zona rural paraibana, em especial do Semiárido, com o objetivo de melhorar o acesso à agua, reduzir a vulnerabilidade agroclimática e aumentar o acesso a mercado da população rural da Paraíba, visando aumentar a renda e a geração de empregos. A proposta é beneficiar 44,6 mil famílias, o que corresponde a 165 mil pessoas.

Já o Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (Procase), resultado da parceria entre o Governo do Estado da Paraíba e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Organismo das Nações Unidas (ONU), beneficia 56 municípios do semiárido paraibano. O Projeto tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento rural sustentável do semiárido paraibano, reduzindo os atuais níveis de pobreza rural e fortalecendo as ações de prevenção e mitigação da desertificação em sua área de intervenção. A materialização destas ações é feita através do apoio a empreendimentos produtivos, buscando o fortalecimento da produção das cadeias produtivas já consolidadas, em expansão, ou nas quais há fortes indicadores de crescimento e necessidade de apoio.

Sobre o semiárido

A região semiárida se estende por 1.335.298 Km² do território nacional, abriga mais de 26% dos municípios brasileiros (1.477) e mais 15% da população do País. Mais de 31 milhões de brasileiros vivem na região, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia é composta, basicamente, pela agricultura familiar de baixo rendimento e pela pecuária extensiva – atividades afetadas pelos períodos de seca.

 

Fonte: FAPESQ (Por: Ascom Fapesq)

 

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