Dados mais recentes sobre Indústria, Construção, Comércio e Serviços no Pará foram apresentados na quinta-feira (11) durante o 1º Seminário Estadual das Pesquisas por Empresas, que aborda o tema “Foco na Indústria, Construção, Comércio e Serviços”, em níveis nacional e regional. O evento é fruto da parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio).
Durante o evento foram divulgados resultados dos seguintes estudos: Pesquisa Anual de Serviços (PAS), que estima valor adicionado, pessoal ocupado, salários, receitas, custos e despesas, e gera indicadores sobre faturamento médio, salário médio etc.; Pesquisa Anual de Comércio (PAC), a qual estima a receita operacional líquida, margem de comercialização, salários, quantidade de pessoal ocupado e empresas no setor, e gera indicadores como receita média, taxa de margem de comercialização, produtividade etc.; Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), que traça o perfil do emprego na indústria da construção, e cujos resultados são referência para a análise desse segmento e subsidiam as estimativas macroeconômicas do Sistema de Contas Nacionais (SCN), e a Pesquisa Industrial Anual (PIA), dividida em PIA Empresa e PIA Produto. A primeira é feita a partir de amostra de empresas industriais, enquanto a PIA Produto gera estatísticas sobre produção de bens e serviços industriais, como quantidade e valor.
“A Unidade regional do IBGE nos provocou porque nós, como Fapespa, utilizamos muitas pesquisas repassadas por empresas para o sistema de contas regionais, que fundamentalmente se baseia nessas pesquisas econômicas para calcular tanto o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, como o PIB dos 144 municípios. A partir das informações temos a compreensão de quanto o Estado depende dos setores, quanto ele produz de insumo, o quanto ele tem capacidade de produção, entre outros. Nessa parceria com o IBGE, a partir dessa base de dados, nos permite fazer diversas análises, seja na área econômica específica para um setor da economia ou uma análise conjuntural”, explicou a coordenadora de Estatística Econômica e Contas Regionais, Gláucia Moreira.
Contribuição – O IBGE destacou que as informações são de extrema relevância para as pesquisas estruturais, apontando transformações ao longo do tempo. “Por isso, queremos sensibilizar o público que está aqui hoje para que participe mais efetivamente dessas pesquisas, porque ao longo da pandemia (de Covid-19) observamos uma baixa participação considerável no tratamento desses dados. E queremos mostrar a importância dos números, de como podem trazer resultados fidedignos, e isso traz um retorno para a própria sociedade”, frisou a superintendente do IBGE no Pará, Rony Helder Nogueira Cordeiro.
O Seminário também foi realizado para sensibilizar os setores que contribuem para a construção desses dados, informou o coordenador Nacional das Pesquisas por Empresas do IBGE no Rio de Janeiro, Alessandro Pinheiro. “O Pará talvez seja o único Estado com relevância dentro de uma região cuja coleta poderia ser bem melhor. Mas o ponto central é que essa cobertura aquém do ideal afeta as políticas regionais, porque as políticas são informadas pelas nossas informações, pelas nossas estatísticas. Quando a gente melhora a cobertura, produz informações de qualidade, com melhor robustez; a gente vai ajudar a sociedade. A ideia é tentar reforçar esse sentido de pertencimento de quem forma o IBGE pro processo, ou seja, eu faço parte de um processo que gera um produto que me beneficia, que beneficia a sociedade”, reiterou Alessandro Pinheiro.
Municípios – O evento setorial foi marcado ainda pelo lançamento da publicação “Estatística Municipal”, que apresenta um levantamento de dados dos 144 municípios paraenses, estruturado em 18 temáticas: Demografia, Habitação, Saúde, Educação, Mercado de Trabalho, Índice de Desenvolvimento Humano, Segurança Pública, Político Eleitoral, Energia Elétrica, Abastecimento de Água, Transporte, Produto Interno Bruto Municipal, Agricultura, Pecuária, Produtos de Origem Animal, Extrativismo Vegetal, Finanças Públicas e Meio Ambiente, além de apresentar alguns aspectos em relação à criação do município e físico-territoriais.
A publicação é um relatório individual de cada município, com uma série histórica para todas as informações sistematizadas, desde o último ano disponível. Todas as informações apresentadas são oriundas de órgãos federais e estaduais, e de algumas empresas da iniciativa privada.
No cenário atual, em que o planejamento e a gestão do município são processos que exigem um diagnóstico global e continuado da realidade local, que acompanhe e interprete a dinâmica municipal em seus diversos aspectos social, econômico e ambiental, a informação desagregada é de fundamental importância para planejadores e gestores.
A “Estatística Municipal” é uma publicação anual elaborada pela equipe técnica da Coordenadoria de Estatística e Disseminação da Informação (Cedi/DETGI) da Fapespa. O presidente da Fundação, Marcel Botelho, abordou o perfil de cada município. “Com essa base de dados podem ser feitas comparações entre municípios vizinhos da mesma região. Na área de saúde, na área de educação, na área de produção industrial, agrícola e etc. São várias possibilidades de que o cidadão possa exercer o seu controle social olhando pra esses dados e cobrando dos governantes, cobrando investimentos, e também para que o empresário, o gestor público, possa olhar para esses dados e saber exatamente onde pode desenvolver, quais são as suas fraquezas e oportunidades, mas também quais são os seus desafios”, enfatizou Marcel Botelho.
Pesquisas – Para a Fapespa, organizar, interpretar e disponibilizar dados, informações e diagnósticos necessários a esse processo, aumenta a possibilidade de acertos nas tomadas de decisões rumo às metas estabelecidas na gestão administrativa, em qualquer esfera de governo. Dessa forma, oferecer informações sobre os municípios permite aos governos o acesso a instrumentos adequados para uma gestão descentralizada.
“Nós estamos às vésperas de eleições municipais. Dados como esses devem e podem pautar o debate. A população pode se apropriar desses dados e cobrar desses candidatos uma ação relacionada à vocação praquele município. O governador Helder Barbalho se pauta nesses números, e não é à toa o destaque que ele vem tendo em nível mundial, defendendo a Amazônia, defendendo o Estado do Pará, porque ele se pauta em dados consolidados para mostrar quais são os nossos desafios, mas também quais são as nossas virtudes”, avaliou Marcel Botelho.
Assim, ao atualizar esse trabalho, o governo do Estado contribui para o desenvolvimento da democracia, por meio da disseminação de informações socioeconômicas para os gestores e a sociedade civil, fortalecendo a formação de cidadãos e o desenvolvimento mais sólido e sustentável.
Os interessados em obter os estudos podem acessar os endereços eletrônicos: www.fapespa.pa.gov.br/estatistica-municipal / e www.sidra.ibge.gov.br
Fonte: FAPESPA (Por: Manoela Oliveira/ Ascom Fapespa)