De acordo com o Mapa das Startups da Paraíba publicado pelo Centro de Inovação e Tecnologia Telmo Araújo (CITTA), 116 startups atuam no estado (até 2021). A principal forma de incentivo na Paraíba (e neste mercado, em geral) para criação de empresas com características de base tecnológica provém de instituições públicas, por intermédio de editais. “Só em 2020 e 2021, por exemplo, editais da Fapesq-PB, como Centelha, Tecnova e Programa Primeiros Projetos – PPP, e o edital de Economia Criativa do SEBRAE foram responsáveis por uma distribuição de recursos superior a R$ 8,75 milhões para fomentar as startups inovadoras e/ou de base tecnológica”, informa o documento. Na última semana foi divulgado pela Fapesq-PB o resultado final das propostas selecionadas edital Centelha 2 Paraíba: 41 Projetos de Fomento foram aprovados, de 11 municípios paraibanos. Serão contemplados, cada um, com até R$ 60 mil em subvenção econômica. São potenciais empreendimentos a ampliar o mapa paraibano das startups.
O Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores – Programa Centelha 2 Paraíba combina o recurso financeiro ao desenvolvimento empresarial de uma ideia promissora que pode nem ter saído do papel ainda. O edital Centelha 2 (Edital Nº 01/2022 – Fapesq-PB) prevê investimentos no valor global de mais de R$ 3,3 milhões, sendo R$ 1,1 milhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT/FINEP, R$ 570 mil de contrapartida estadual e R$ 660 mil de acordo firmado entre Sudene/Fapesq. E ainda, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai entrar com mais de R$ 1 milhão em bolsas de pesquisa.
O edital é fruto de parceria entre o Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) e executado pela Fapesq, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com apoio do Sebrae-PB, Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e Fundação Certi.
Para o Presidente da Fapesq-PB, Roberto Germano, o Programa Centelha já demonstra os frutos semeados na primeira edição, iniciada em 2019. “O arranjo institucional em torno do Programa Centelha vem evoluindo e para a Paraíba firmamos um acordo importante entre a Sudene e o CNPq, o que nos permitiu um acréscimo em números de projetos aprovados. Além disso, durante a execução os empreendedores contarão com acadêmicos trabalhando junto à equipe, remunerados por meio de bolsas de pesquisa”, considera Roberto Germano.
O Programa Centelha abre portas para pessoas que acreditam em soluções sustentáveis, seja em qualquer área estiver inserida: tecnologias sociais, biotecnologia, inteligência artificial, geoengenharia… O programa destaca 18 áreas diversas. Silvio Rossi, coordenador de Inovação e Empreendedorismo da Fapesq-PB, ressalta: “Para quem tem alguma ideia inovadora para buscar solucionar qualquer problema ou demanda relevante da sociedade, o Programa Centelha é uma excelente oportunidade para iniciar a ‘Trilha da Inovação”. Na fase da ‘ideação’, não é preciso ainda ter empresa constituída. Apenas após a divulgação do resultado dos projetos aprovados, ao longo de três fases de seleção, é que a empresa, caso ainda não exista, precisará ser criada, pois é a empresa que será contratada”, explica Rossi.
Os 41 projetos selecionados passaram por dez meses e três fases de capacitações, workshops e ações relacionadas ao sucesso de uma startup, com especialistas de diversas áreas abordadas. Concorreram com 287 ideias inovadoras, submetidas na Fase 1- Ideias Inovadoras. Destas, 200 foram habilitadas para a Fase 2- Projeto de Empreendimento e 187 participaram de qualificações; e destas, 100 foram habilitadas para a Fase 3 – Projeto de Fomento, seguindo a trilha de aprendizado.
Dentre as 18 áreas temáticas às quais poderiam se encaixar os 41 projetos selecionados, a área de tecnologias sociais dominou em 29,3% as preferências; 14,6% projetos foram em automação e 12,2% foram para a área de Segurança, Privacidade e dados. João Pessoa concentra o maior número das propostas, com 18 selecionadas. Foram 13 ideias vindas de Campina Grande, 2 de Patos. Uma de Cabedelo, uma do Conde e outras 6 de municípios do Agreste, da Borborema e do Sertão.
A presença das mulheres na função de coordenação dos projetos aprovados aponta para um crescimento, considerando as estatísticas apresentadas no Mapa das Startups: “A desigualdade no quadro societário é algo visto no ecossistema brasileiro como um todo, porém o quadro na Paraíba é consideravelmente pior. Enquanto no Brasil vemos uma média de 29,5% das sociedades sendo compostas por mulheres, no Estado são apenas 16%”. No Centelha 2 Paraíba 37% dos projetos são coordenados por mulheres – 15 projetos no total. E na primeira edição do Centelha, em 2019/2020, as mulheres representaram 32% da fatia.
“Como a maiorias dos integrantes das equipes executoras estejam, talvez, iniciando-se nessa ‘Trilha da Inovação’, é compreensível que dificuldades surjam no meio do caminho, e a superação, pelas equipes, dos novos desafios, constitui-se em uma excelente oportunidade de novos conhecimentos, novas experiências. Para inovar é preciso sonhar, e acreditar no sonho. Batalhar, seguir em frente… Desistir, jamais!”, incentiva Silvio Rossi.
Projetos buscam meios para seguirem no mercado
A metodologia aplicada pelo Programa Centelha, relativa às capacitações, acompanhamentos por especialistas, o compartilhamento de experiências entre os integrantes das equipes tem resultado em êxito. É possível detectar através dos resultados da primeira edição do Centelha. Em 2019/2020, 31 Projetos de Fomento foram selecionados. Destes, 26 projetos executados até o final.
No ato da contratação, os estágios de desenvolvimento dos empreendimentos variavam: dois estavam na fase da Ideia; quatro tinham um Produto em busca de comercialização pioneira; nove chegaram a um Protótipo conceitual; um alcançou um Protótipo finalizado, e 15 atingiram o Protótipo testado.
Com uma vivência adquirida no Centelha, o coordenador de Inovação e Empreendedorismo da Fapesq-PB Silvio Rossi identifica as principais dificuldades para darem andamento aos seus projetos até o produto ser inserido no mercado através de relatos dos participantes:
“Mesmo que alguns dos produtos ou processos inovadores, resultantes de projetos aprovados no Centelha I PB, tenham conquistado o mercado ou contribuído para ampliar a participação da empresa no mercado, dentre os que ainda não o conseguiram podem ser destacadas, dentre outras, as seguintes dificuldades: (i) acesso a novas oportunidades de natureza financeira (subvenção econômica, financiamento, investimento) para dar seguimento ao projeto, com necessária ampliação de escala; e (ii) manter a equipe executora do projeto na empresa para as próximas etapas da trilha da inovação, subsequentes ao Centelha, que contribuem para acesso ao mercado.”, observa Rossi.
Atualmente, seis projetos iniciados no Centelha I PB alcançaram sucesso no Edital Nº 47/2021- TECNOVA II PB. Este é um Programa de Subvenção Econômica voltado para empresas já estruturadas, com o objetivo principal do é promover aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas e da economia do país. Desta forma, este Edital visa apoiar projetos de inovação que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado.
Fonte: FAPESQ (por Márcia Dementshuk /Assessoria SEC&T-PB)
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