A manutenção de sistemas estruturados de Ciência e Tecnologia é realidade em todos os países líderes em desenvolvimento econômico, humano e social, pois garantem o desenvolvimento de toda a cadeia do conhecimento, que vai da ciência básica até as aplicações tecnológicas mais disruptivas, garantindo a hegemonia das grandes potências mundiais. Na mesma direção, o Brasil ainda luta por manter a abrangência de seu Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, na intenção de consolidar o avanço da ciência e garantir a sua integração cenário internacional. A centralidade das políticas de pesquisa e desenvolvimento estão voltando ao país e precisa ser abraçada pela academia, governo e sociedade, pois é fundamental para sustentar o desenvolvimento econômico brasileiro de longo prazo. É claro que o país ainda precisa superar os mais diversos desafios em saúde, educação, energia, sustentabilidade, enormes desigualdades, dentre centenas de outras questões urgentes, mas hoje podemos ver a volta de um consenso nacional, de que o conhecimento é o caminho para que as adversidades possam ser mitigadas, especialmente com esforço de integração das iniciativas regionais.
Os desafios são muitos e certamente passam também, pela necessidade de investimentos públicos e privados, que ofereçam infraestrutura de pesquisa às instituições dispersas em um país de tamanho continental, com demandas diversas e enormes discrepâncias regionais. A boa notícia é que o Brasil conta com um valioso patrimônio intelectual e ampla diversidade de pesquisadores, que têm garantido a preservação, com muito esforço, do Sistema Nacional de CT&I em todos os Estados.
O Laboratório de Computação Científica (LNCC) faz parte deste movimento de fortalecimento do Sistema Nacional de CT&I, desde sua transformação em 1985, passando a ser um Laboratório Nacional, com atuação de forma abrangente nas questões nacionais. Hoje, a missão do LNCC é muito clara: “Realizar pesquisa, desenvolvimento e formação de recursos humanos em Computação Científica, em especial na construção e aplicação de modelos e métodos matemáticos e computacionais na solução de problemas científicos e tecnológicos, bem como disponibilizar ambiente computacional para processamento de alto desempenho, tendo como finalidades o avanço do conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade e do Estado brasileiro”.
Sua abrangência nacional pode ser mensurada através dos mais diversos indicadores, dentre eles: a formação de recursos humanos, com alunos egressos espalhados em relevantes instituições nacionais (e internacionais); a atuação na vigilância genômica do Coronavírus, realizada pelo grupo de pesquisadores do Labinfo; a plataforma computacional DockThor-VS utilizada para pesquisa de novos medicamentos, desenvolvida pelo grupo de Modelagem Molecular em Sistemas Biológicos; além dos resultados e aplicações das pesquisas em energia, métodos matemáticos e algoritmos, sistemas de controle, computação de alto desempenho, inteligência artificial, ciência de dados, criptografia e modelagem computacional – áreas desenvolvidas por seus diversos grupos e colaborações.
Mas queremos destacar aqui a relevância de seu parque computacional e sua abrangência nacional, com a presença do supercomputador Santos Dumont, o maior computador da América Latina dedicado a pesquisa científica que está, pela segunda vez, no Top 500 do mundo e deverá ser, em breve, atualizado. Com ele, o LNCC disponibiliza sua capacidade computacional única, de forma gratuita e permanente à ciência brasileira, cumprindo a missão de compartilhamento previsto no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O supercomputador Santos Dumont integra, como “nó principal”, a infraestrutura do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho – SINAPAD, coordenado pelo LNCC. Esse Sistema, reúne a competência computacional de oito centros nacionais de alto desempenho, tornando-os disponíveis a instituições brasileiras, públicas ou privadas, para suporte a atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento. É importante destacar que todo pesquisador vinculado a uma instituição brasileira, com uma questão científica relevante e que demande um sistema computacional de larga escala, pode submeter propostas para utilizar os recursos computacionais do SINAPAD.
Para potencializar o compartilhamento do Sistema da forma mais abrangente possível, o LNCC buscou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e através de um Termo de Cooperação, foi criado o Programa de Embaixadores do Santos Dumont. O programa pretende formar continuamente uma rede de profissionais, lotados nas instituições federais de ensino e pesquisa de todos os Estados e Distrito Federal, para que potencializem o uso do supercomputador em suas instituições, agindo como facilitadores do processo. O modelo deverá em breve ser replicado para universidade estaduais e pretende contar com o apoio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP).
Ao fortalecer essa Rede de usuários do Supercomputador Santos Dumont, o LNCC e ANDIFES fortalecem vínculos horizontais com os atores do Sistema Nacional de CT&I, instituições de ensino e pesquisa instaladas em todo o território nacional e desta forma, garantem agilidade ao processo de tratamento dos dados, buscam aumentar a capilaridade dos temas, estimular a troca de experiências entre os vários atores institucionais, aumentar a difusão e disseminação da Computação de Alto Desempenho em regiões mais remotas.
Visite o site do Centro de Memória: https://memorialncc.com
Fonte: LNCC [Créditos: Anmily Paula Martins (CM-LNCC), Genilda Machado Roli (CM-LNCC) e Simone Santana Elias (CM-LNCC) com a colaboração de Graziele Soares (SECIN-LNCC) e Tathiana Tapajós (SECIN-LNCC)]
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