Com intuito diminuir os impactos ambientais nos igarapés e sensibilizar a sociedade amazonense sobre o tema, estudantes da Escola Municipal Professora Eliana Lúcia Monteiro Silva, localizada no bairro Compensa, em Manaus, construíram uma miniestação de tratamento de esgoto.
A miniestação é resultado de um projeto de pesquisa no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE) do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A miniestação, construída com paletes e material reciclado, foi apresentada durante a 12ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada no período de 23 a 25 de novembro deste ano, pelo governo do Estado, no Centro de Convenções Vasco Vasques.
A base da miniestação de tratamento de esgoto, que poderá ser usada para tratar esgoto urbano e doméstico, foi construída com madeiras reutilizadas (paletes), baldes e garrafões de água. O projeto de pesquisa contou com a participação de cinco alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), do turno noturno, da escola.
A coordenadora do estudo, professora Arianne Pantoja, disse que a ideia de realizar o projeto de pesquisa teve início em 2014. Nas aulas de Ciências, os alunos discutiram sobre a poluição do igarapé do Franco, que fica em frente à escola, na Travessa Tiradentes, na Compensa.
“Mesmo com poucos recursos, eles (alunos) pensaram em algo que pudesse evitar ou diminuir a poluição do igarapé e montaram um projeto de pesquisa com base em estudos para apresentar na feira de ciências da escola. Depois disso, fomos contemplados no PCE e o recurso nos ajudou a consolidar nossos estudos. Estamos em fase de conclusão de artigo científico e apresentando a miniestação onde somos convidados”, disse a professora.
Segundo o estudante Iago Rodrigues, 17 anos, o projeto prevê a construção de tubos que ficarão enterrados e por onde passarão os dejetos para os tanques e tratamento. A cada etapa será feita uma filtragem do esgoto até que os dejetos sejam lançados no igarapé com menor quantidade de insumos poluentes.
“O último estágio será o tanque de areação, habitado por uma rica fauna de bactérias, considerado o coração da estação de tratamento esgoto. Serão injetadas microbolhas de ar no tanque, as bactérias vão respirar, vão se reproduzir e vão comer o restante da matéria orgânica. Depois disso, essa água vai para o rio com uma menor quantidade de impacto ambiental. Cerca de 90% do esgoto bruto que foi tratado vai ser jogado rio com menor quantidade de poluição”, explicou o aluno.
A proposta do projeto de pesquisa, segundo o estudante, é mostrar para a população que é possível construir estações de tratamento de esgoto em Manaus e, com isso, contribuir com preservação do meio ambiente.
“Construindo as estações teremos menos poluição nos rios, na natureza, na nossa cidade. Isso vai beneficiar a população e a natureza. O projeto de pesquisa nos deixou mais conscientes a respeito da preservação do meio ambiente e de que precisamos colaborar e não jogar lixo nas ruas”, disse Rodrigues.
Para o estudante Leandro Fernandes, 16 anos, a construção da miniestação de tratamento de esgoto também contribuiu para o desenvolvimento da criatividade do grupo.
“Como participei ano passado, fiz questão de continuar neste ano, mas como voluntário. O projeto de pesquisa despertou a nossa criatividade. Quis participar para ajudar a mostrar a importância do projeto de miniestação de esgoto na diminuição dos impactos ambientais”, disse Leandro Fernandes.
Sobre a SNCT
A Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT) é um evento científico anual do Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizado em todo o território nacional. A escolha do tema para a edição deste ano da SNCT – “Luz, Ciência e Vida” – é orientada por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que proclamou 2015 como o Ano Internacional da Luz. O objetivo é celebrar a luz como matéria da ciência e do desenvolvimento tecnológico.
No Amazonas, o evento conta com a parceria de uma rede de instituições de pesquisa e ensino, como a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA); Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc); e Secretaria de Estado da Cultura. Também participam o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), Instituto Federal do Amazonas (Ifam) Sebrae e Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Fonte: Agência FAPEAM