
Rio Branco foi palco de importantes discussões sobre bioeconomia e sociobiodiversidade durante os quatro dias de programação do Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado entre 25 e 28 de junho, no espaço do eAmazônia, na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Durante o evento, o seminário recebeu autoridades, pesquisadores, nomes importantes do setor e um grande público, que participaram dos painéis, além da Mostra Gastronômica e da Mostra Artístico-Cultural, que reuniram seis chefs e mais de 160 artistas, respectivamente.
Para Lucas Varela, presidente do Instituto Sapien, o projeto contou com a participação efetiva da sociedade, do governo do Acre, das comunidades e dos indígenas. “A realização foi fantástica. Tivemos painéis muito ricos. Agora, fechamos a plenária final para gerar a Carta de Proposições Txai Rio Branco, um condensado do que foi discutido nesses últimos quatro dias. Além disso, a mostra expositiva de bioeconomia da Amazônia também foi um grande sucesso. Tivemos mais de 20 expositores de todo o estado do Acre, que trouxeram seus produtos extraídos da Amazônia, oriundos da bioeconomia, e tivemos relatos fantásticos de todos”, explica.
O presidente do Instituto Sapien explica, ainda, que a Mostra Cultural foi fantástica e revela os próximos passos. “Temos a perspectiva de gerar esses conteúdos. Vamos trabalhar na publicação deles e tratar esse documento como, de fato, uma carta de proposição para o governo e para a sociedade. Vamos tentar levar isso, inclusive, para a COP, que vai acontecer no Brasil no segundo semestre, como uma discussão feita pela Amazônia”, destaca.
De acordo com Ana Paula Rocha, criadora da metodologia de implementação e concepção do Txai Amazônia, ver o evento acontecer durante os quatro dias gerou grande inspiração.
“Está na primeira edição, e eu sou uma pessoa de criação de projetos. No Instituto Sapien, temos uma metodologia de ideação, desenvolvimento, criação e realização. Passamos por muitas fases até chegar aqui, então é a materialização e a realização. É o projeto acontecendo que nos dá um verdadeiro impulso para continuar e a condição real de visualizar o futuro”, explica.
Ana Paula conta, ainda, que antes da realização do evento, ele era um sonho. “Foi muito bom sonhar, porque sonhamos com algumas pessoas, mas, neste momento, estamos realizando e projetando para o futuro com uma proporção dez vezes maior de mentes sonhando conosco”, destaca.
“Acredito nesse coletivo, na força da colaboração das pessoas. O tempo de unir pensamentos, vontades e sentimentos em favor do desenvolvimento econômico e humano da Amazônia chegou. Nós, como instituição, ouvimos muitas pessoas e aplicamos metodologias que conduziam uma cadeia de valor. Geramos conteúdo, geramos dados e fizemos pesquisas. O seminário em si culmina neste momento, porém iniciamos esse processo, uma vasta pesquisa sobre o potencial da bioeconomia nos nove estados da Amazônia. Também estamos fazendo uma pesquisa sobre o potencial da bioeconomia e a diversidade da bioconformidade do Acre, e agora nos reunimos aqui. Além da ciência, de uma parte científica, uma parte técnica e uma parte de conhecimentos tradicionais, agregamos também a arte. O Txai uniu muitas pontas, e esperamos que saiam daqui levando a vontade de continuar uma missão”, conclui.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac), Moisés Diniz, neto de Ashaninka, destaca a parceria com o Instituto Sapien e fala do orgulho de ter participado do evento no Acre.
“Como neto de Ashaninka, estou orgulhoso de ter participado desse momento no Acre. Temos um instituto que veio de fora do Acre, que não é daqui, e que fez um trabalho de excelência, conseguindo reunir todos os atores possíveis vinculados à bioeconomia e à sociobiodiversidade para discutir esse futuro que começa a partir daqui e que existirá depois em mais estados da Amazônia”, destaca.
O presidente da Fapac ressalta, ainda, a atuação do governo do Estado. “O papel do governo do Acre, do governador Gladson Cameli, que colocou todo o governo à disposição, sem interferência política, foi altamente democrático. Acredito que o que estamos aprovando agora na plenária final para criar um caderno do evento vai nos ajudar a discutir ações que agora nascerão a partir do Txai Amazônia”, explica.
Além das mostras gastronômicas e artístico-culturais, a feira com empreendedores da região também foi um sucesso. Manoel Gomes, natural de Brasiléia, interior do Acre, proprietário da Flora Jatobá da Amazônia, destaca que o movimento foi muito bom.
“Foi muito especial para nós, porque tivemos muitas visitas, pessoas conhecendo nossos produtos, e tivemos também boas vendas. Me surpreendeu e foi maravilhoso. É uma oportunidade que nos foi dada e está sendo uma vitrine para expor nossos produtos”, ressalta.
Os produtos da Flora Jatobá da Amazônia são, em maioria, retirados da Reserva Extrativista Chico Mendes, conectando-se à bioeconomia.
Fonte: FAPAC (Por: Ascom Fapac)