A Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) investiu, em 2021, R$ 1,3 milhão para assegurar apoio a estudantes pesquisadores de todas as regiões do Estado no desenvolvimento de projetos de iniciação científica.
Os recursos são para o PICTEC (Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Estado de Mato Grosso do Sul) e referem-se a bolsas de R$ 400 (quatrocentos Reais) destinadas aos estudantes participantes e de R$ 800 (oitocentos Reais) para os orientadores, além de investimentos para possibilitar a participação em eventos importantes no cenário acadêmico nacional.
Como resultado, mais de 180 jovens estão realizando 50 pesquisas científicas que podem trazer contribuições importantes para o desenvolvimento regional, além de promover uma educação voltada para o crescimento integral do estudante. (conheça um pouco mais sobre os estudantes ao final do texto)
“Os investimentos em ciência em Mato Grosso do Sul só crescem, pois existe o entendimento de que estamos construindo um futuro melhor para toda a sociedade. Sabemos que o Estado que investe em ciência e tecnologia está investindo no desenvolvimento. Nenhum país do mundo chegou a algum lugar sem investir em ensino, ciência e tecnologia”, explica Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.
FetecMS
Os trabalhos dos estudantes selecionados pelo PICTEC em 2021 foram apresentados na FetecMS (Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul), realizada entre os dias 26 e 29 de outubro, mostrando para a sociedade o potencial das pesquisas e a evolução dos estudantes.
Organizada pelo Grupo Arandú de Tecnologias e Ensino de Ciências (GATEC), em parceria com a UFMS, a FetecMS é o maior evento de pesquisa no ensino médio de Mato Grosso do Sul. Além do investimento em bolsas de estudo, este ano a Fundect investiu R$ 200 mil para auxiliar na infraestrutura da feira, além de propiciar transporte, alimentação e hospedagem aos pesquisadores participantes do PICTEC.
“A FetecMS, desde a sua primeira edição, foi encontrando caminhos para trazer jovens que trabalham com ciência e tecnologia na educação básica. Por vários momentos, dialogamos com a Fundect e, quando surgiu o PICTEC, entendemos que era missão de ambas as partes trabalhar com esses jovens. O que se espera disso é que a gente possa ampliar a participação das escolas públicas e que esses jovens pesquisadores sejam fonte para novas pesquisas”, explica o professor Ivo Leite, organizador da FetecMS.
Ao todo, 42 projetos da Fundect participaram da Feira, que teve um total de mais de 170 trabalhos de diversas instituições. No ano de 2022, a Fundect já selecionou mais 100 projetos novos para o PICTEC e a meta da Fundação é que os 100 trabalhos apoiados participem da FETECMS 2023.
Conheça alguns dos projetos e saiba como os estudantes estão aproveitando as oportunidades de vislumbrar um futuro melhor:
- Projeto: Conversando com os Rótulos dos Alimentos – Chatbot para conectar elementos químicos aos riscos de doenças crônicas cardiovasculares.
Vinícius Marques Hora – Colégio Militar:
“A ideia é divulgar conhecimento sobre os alimentos de forma interativa por meio do Telegram, ajudando as pessoas a entenderem melhor a composição dos alimentos e os riscos deles para o coração”.
Geandro Lopes – Colégio Militar:
“A bolsa da Fundect incentiva a gente a continuar no projeto e cobre qualquer gasto que a gente tenhamos, além de nossas participações nos eventos científicos, onde ampliamos nosso conhecimento”.
- Projeto: Sistemas multi-barreiras aplicadas ao tratamento de água cinza.
Maria Eduarda Alves da Silva – Escola Estadual José Barbosa Rodrigues:
“Coletamos a água que seria descartada de pias e chuveiros e tratamos para reutilização dentro da escola. Os tratamentos convencionais não eliminam todas as toxinas, já os processos oxidativos avançados são capazes disso.”
Pedro Henrique Alves da Silva – Escola Estadual José Barbosa Rodrigues:
“Fazer iniciação científica seria muito mais difícil sem o apoio da Fundect, pois compramos os materiais e os compostos químicos com os recursos das bolsas. A pesquisa mudou minha perspectiva de vida. Eu me encontrei na Química e esse trabalho me deu um clarão: vou fazer faculdade de Química”.
- Projeto: Detecção e Predição de lesões músculo-esqueléticas
João Pedro de Oliveira Caetano – Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS):
“Nosso projeto é uma inteligência artificial que prevê lesões em atletas a partir de imagens térmicas. Com ele conseguimos antecipar uma lesão ou dizer até que ponto o atleta pode treinar sem se lesionar. A bolsa ajudou a gente a se manter na pesquisa, não precisamos trabalhar com outras coisas e isso foi um incentivo para continuarmos só pesquisando e desenvolvendo o projeto”.
- Projeto: Oguatá – Enfrentamento do Bullying e a educação em direitos humanos
Júlia De lima Ribeiro – Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues:
“Nosso projeto estuda formas de enfrentamento do Bullying na escola. Por meio de um questionário, coletamos 660 respostas e com os dados pensamos em formas de conscientização sobre o problema”.
Bruna Menezes de Oliveira – Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues:
“Sem dúvida a bolsa que a Fundect nos proporcionou nos permitiu custear gastos de alimentação e transporte. Nós também confeccionamos canecas e camisetas para divulgar o projeto e combater o bullying. Tivemos uma grande visibilidade na escola. Sem o apoio das bolsas teríamos desistido no meio do caminho. A maioria de nós precisaria trabalhar. A pesquisa influenciou na minha vida acadêmica, hoje quero seguir na área de humanas e fazer Relações Públicas”.
- Projeto: Iniciativa Maker para deficientes visuais
Helder Gabriel da Silva Pereira – Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS):
“Nosso projeto é uma iniciativa maker para trazer apoio ao ensino para deficientes visuais. Criamos modelos táteis para que elas possam aprender da mesma forma que nós aprendemos a modelagem em informática”.
Mária Julia Menezes Lima – Instituto Federal de Mato Grosso do Sul:
“A bolsa foi um incentivo para a gente focar exclusivamente no projeto e foi um auxílio para participarmos de diversos eventos. Além disso, a pesquisa mudou meu olhar sobre as situações do cotidiano. Hoje consigo analisar se uma pessoa com deficiência conseguiria ou não realizar uma atividade. Vi a importância da acessibilidade para a sociedade”.
Fonte: FUNDECT (Por Paulo Ricardo Gomes/Ascom Fundect)
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