| Em 24/02/2022

Relatório da Elsevier aponta como a pesquisa científica pode colaborar para a redução de índices de carbono no mundo

Relatório ‘Pathways to Net Zero: The impact of clean energy’ analisa 1,6 milhão de artigos sobre o tema e contribui para os debates sobre financiamento e colaboração em pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e definição de políticas públicas. (Ilustração: divulgação Elsevier)

Elsevier, empresa global de informações analíticas para o progresso da assistência à saúde e da ciência, publicou recentemente o relatório “Pathways to Net Zero: The Impact of Clean Energy Research”, que se baseia na análise de mais de 1,6 milhão de artigos sobre carbono zero provenientes da base de dados Scopus.

O relatório aponta que a China é o país que mais publicou trabalhos científicos acerca do tema carbono neutro, entre 2001 e 2020, seguida pelos Estados Unidos, pela Índia, Alemanha e pelo Japão. Toda a pesquisa mundial que toca esse tema cresceu de pouco mais de 1%, em 2001, para quase 5%, em 2020.

O Brasil se manteve na 15ª posição em publicações científicas sobre carbono neutro, apesar de ter aumentado essa produção em 20% (de 2001 a 2010), e em 10% nos dez anos seguintes, o que equivale a 1,7% da pesquisa global sobre o assunto. E a participação mundial do país, nesse tema, é pouco abaixo da fatia brasileira (2%) na pesquisa em geral, em todas as disciplinas.

O relatório apresenta dados exclusivos que podem contribuir para acelerar os esforços em prol da redução da intensidade das mudanças climáticas. Parte do objetivo do estudo é trazer luz para os debates sobre financiamento e colaboração em pesquisa, definição de tecnologias e políticas rumo à emissão neutra de carbono.

A Elsevier  já mapeou pesquisas realizadas sobre 16 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e também está comprometida, como empresa, a ser carbono neutro até 2024.

No Brasil, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT), anunciou recentemente o compromisso de se tornar carbono neutro até o ano de 2030. (leia mais em: confap.org.br/news/8-milhoes-de-reais-mato-grosso-do-sul-dobra-recursos-destinados-as-pesquisas-ligadas-ao-carbono-neutro)

Colaboração internacional

O nível de colaboração internacional nas pesquisas científicas tem se ampliado de forma geral ao longo dos anos, e também quando o assunto é carbono neutro, saltando de 30% (2001) para 45% (2020). Arábia Saudita, Cingapura, Suíça e França saíram na frente quanto às maiores taxas de estudos sobre tema com participação de pesquisadores afiliados de mais de um país.

No Brasil, segundo dados do relatório, pesquisas com participação internacional atingiram 30%, em 2020, de toda a pesquisa feita no país sobre carbono neutro.

Países em desenvolvimento: apenas 1/5 dos autores

Pesquisadores de países em desenvolvimento formam apenas 1/5 dos autores das publicações na área, fazendo com que a pesquisa dessas nações seja menos adotada por outras comunidades. Apesar da melhoria de 3% para 9% entre 2001 e 2020, foi ainda modesta a parcela de colaborações internacionais com pelo menos um autor destes países.

Segundo o relatório, é urgente a necessidade de expandir a colaboração entre países do Norte e Sul para garantir que todas as regiões tenham acesso às tecnologias necessárias e desenvolvam localmente capacidades de enfrentamento das mudanças climáticas. Só assim poderão progredir em direção à emissão neutra de carbono, com um olhar futuro para a energia limpa.

Grandes empresas e suas pegadas de carbono

Uma das constatações negativas mostradas pela análise dos dados é que, apesar de as empresas europeias produzirem grande parte das publicações científicas sobre carbono neutro (com as empresas chinesas começando a ultrapassá-las), a pesquisa corporativa na área está diminuindo.

Poucos dos maiores emissores de poluentes no mundo produzem resultados significativos de pesquisas: entre 2001 e 2020, a contribuição das empresas nesse quesito caiu de 9% para 5%. No entanto, enquanto a produção científica corporativa sobre carbono neutro nos Estados Unidos diminuiu 4%, a da China, no mesmo período, aumentou 21%.

“O esforço em pesquisas sobre emissões de carbono, a consequente utilização das descobertas em políticas públicas até o ponto em que a sociedade esteja fazendo uma contribuição carbono neutro é essencial para garantir o futuro do nosso planeta”, analisa o vice-presidente de relações acadêmicas da Elsevier na América Latina, Dante Cid.

 

 

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Elsevier

 

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