“Um final de semana diferente, que deveria acontecer mais vezes”. Com essa frase, Marcus Vinícius Pires Lopes definiu a Mostra Inova Minas FAPEMIG, que levou mais de 15 mil pessoas interessadas em conhecer a produção científica e tecnológica de Minas ao Circuito Liberdade, de 5 a 7 de agosto. Marcus passou pela praça na sexta-feira, dia 05, e conheceu o evento. Gostou tanto, que voltou nos dois dias seguintes para conhecer os projetos e participar das oficinas.
Acontecer na Praça da Liberdade, em cinco espaços que fazem parte do Circuito, foi o diferencial da 2ª edição da Mostra. Em um final de semana de céu azul e clima agradável, as pessoas que faziam caminhada ou estavam passeando resolviam entrar nos caminhões da ciência, conhecer os projetos ou participar de palestras e oficinas. Foi o que fez Fernando Rafael de Oliveira, que se aproximou da Mostra com a esposa e os dois filhos porque achou que se tratava de um evento infantil. “Quando vi o que era, fiquei ainda mais surpreso ao perceber que temas como conhecimento e inovação estavam sendo tratados em eventos abertos à população. Em tempos como o que vivemos, esses temas ganham uma importância ainda maior. Meu filho de seis anos, ficou encantado com a programação relacionada à robótica”, contou.
Para o inventor independente Ezequiel Evaristo da Fonseca, a Mostra foi uma oportunidade de mostrar o projeto de um cinturão inflável criado para proteger motociclistas no trânsito. O projeto foi desenvolvido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) ao inventor independente. “Achei muito válida a participação. Quando eu apresentava a invenção para as pessoas elas sempre tinham um caso de conhecido que morreu no trânsito para contar, o que mostra a importância do produto”, avaliou. A invenção de Ezequiel foi um dos 40 projetos escolhidos para serem expostos na mostra. Além de projetos desvinculados de instituições, como o projeto de Ezequiel, universidades públicas e particulares, instituições de pesquisa e até uma escola estadual mostraram projetos que receberam algum apoio da FAPEMIG e que são úteis na vida das pessoas.
Tarciana Cerdeiro César aproveitou o domingo para levar os quatro filhos ao evento. Ela mora no bairro Alípio de Melo, mas trabalha perto da praça e resolveu voltar com as crianças para aproveitar. “Gostamos de tudo, principalmente dos caminhões da ciência com conteúdo sobre biologia e robôs, que chamou muita a atenção das crianças”, aponta. Outra programação que despertou o interesse do público foram as oficinas de degustação da Epamig, que reuniram mais de 220 pessoas que conheceram um pouco mais sobre a pesquisa aplicada à produção de azeite, vinho e café. Para o pesquisador Rogério Antônio, que ministrou a oficina de café, o Brasil sempre foi reconhecido pela quantidade da produção, mas agora também quer ser reconhecido pela qualidade de seu café. “É muito importante mostrar às pessoas como a pesquisa pode melhorar o café que elas tomam todos os dias e como etapas como o plantio, a colheita, a torra e o preparo interferem no gosto do produto”, explicou.
Para quem aproveitou o evento para se capacitar, o Lounge do Conhecimento ofereceu palestras rápidas sobre temas diversos. Alisson Henrique Teixeira saiu de Contagem para participar da palestra Ambientes de inovação para a cultura maker e destacou a importância de conhecer iniciativas voltadas ao tema no Estado. “O mais importante é ver que existem novos projetos que buscam democratizar o acesso à inovação em Minas. A ideia do caminhão itinerante (Lab Truck) do Senai e Newton Paiva é muito interessante”, avaliou. Para Roberta Monteiro, que mora no bairro Jaraguá e participou da oficina de stencil, foi importante saber que em um único evento tanta coisa foi oferecida ao público. “Fiquei sabendo do evento pelo Facebook e passei por toda a feira. É fortalecedor perceber que tantos conhecimentos e atividades estão disponíveis de forma gratuita”, afirmou.
Depois de três dias de intenso trabalho e interação com o público, Roberto Nalon, do INCT Web, considerou a oportunidade de participar da Mostra muito produtiva. “O mais interessante é que recebemos um público muito diversificado. Tinha gente com muito conhecimento e pessoas que nunca tinham ouvido falar no projeto e que veio pela curiosidade, mas que percebeu que fazemos um trabalho que está relacionado ao dia a dia delas, como o monitoramento de informações da área de saúde, por exemplo”, contou. Para o presidente da FAPEMIG, Evaldo Vilela, essa é a essência da Mostra Inova Minas: mostrar, aos poucos, que tem ciência em tudo, desde uma xícara de café até um equipamento que permite um exame de saúde detalhado. “Levamos a Ciência para a Praça, encantamos crianças, jovens e adultos. Levamos esperança de dias melhores a muitas pessoas, com o poder da pesquisa. Mostramos que juntos, movidos pelo entendimento, podemos e devemos ousar, criando uma pauta extremamente positiva, em um momento de notícias ruins. Isso porque acreditando em nosso País, acreditamos que a FAPEMIG pode fazer diferente, apesar das adversidades que pesam sobre cada um de nós”, avaliou o presidente.
Frutos
Além das premiações relacionadas aos campeonatos de robótica, quatro projetos expostos na Mostra foram escolhidos para participar da Feira Internacional de Inovação e Tecnologia (Finit), em novembro, no Expominas. Os contemplados foram o projeto Realidade virtual para o treinamento dos músculos pélvicos, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal); o Medidor de velocidade de vento de Baixo Custo, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei); o Refrigerante do Bem, desenvolvido pela Epamig, e o Compensado de Borracha, feito pela JCF Soluções em Resíduos.Ltda – Ecológica. Durante três meses, os ganhadores receberão mentoria da Tropos Lab, para poder melhorar a apresentação dos projetos.
Fonte: Vivian Teixeira – ACS FAPEMIG