A Hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma micro bactéria conhecida como Mycobacterium leprae. Acredita-se que de todas as pessoas infectadas apenas 1% adquire a doença. Com o objetivo de identificar vacinas ou imunoterapias para os infectados, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) vem realizando estudos sobre a Hanseníase. O grupo é dirigido pela coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFS e doutora em imunologia, Amélia Maria Ribeiro de Jesus.
A pesquisa começou há oito anos observando, principalmente, a resposta imunológica da pessoa contra o bacilo e a melhor maneira de combater a doença. De acordo com a professora Amélia Maria Ribeiro, a doença é transmitida por vias aéreas, e a transmissão só ocorre se houver uma exposição muito longa e duradoura, ou através de um contato muito íntimo.
“A doença se manifesta através de lesões na pele, e também, através da chegada do bacilo aos nervos de uma maneira silenciosa. Ela dá varias formas clínicas, outro sintoma também é a grande de quantidade de bacilo na mucosa, por isso a doença é transmitida por vias aéreas. O bacilo prolifera lentamente demorando até duas semanas para se desenvolver”, explica a pesquisadora.
Quando a pessoa é diagnosticada com hanseníase há duas complicações muito importantes como relata a pesquisadora. “A primeira é o quadro de reação contra o bacilo que pode causar febre, nódulos na pele, inflamação dos nervos, e a segunda complicação é lesão nos membros e nervos, com lesões, perda da força e controle dos membros podendo chegar a uma amputação, como ocorria muito no passado”.
A melhor maneira de prevenir é detectando o mais cedo possível o caso, através de um exameque deve ser feito por todos os familiares. Segundo a professora Amélia, quando o caso e detectado cedo é possível realizar o tratamento da doença, que já não é mais transmitida. Após o inicio do tratamento, o bacilo perde forças com cerca de uma semana a 15 dias, com isso a possibilidade de infectar outras pessoas diminui.
O paciente tratado rapidamente pode estar curado em um prazo de seis meses a um ano, de acordo coma a coordenadora da pesquisa, dependendo da intensidade da doença, através de medicamentos e imunoterapias.
Hanseníase em Sergipe
Sergipe não é o primeiro em número de casos de hanseníase no Brasil com 1,2 casos por dez mil habitantes. De maneira geral, no Brasil há cerca de 1,8 casos por 10 mil pessoas, ou seja, Aracaju está abaixo da média em relação aos casos de Hanseníase. Em alguns municípios há mais casos, chegando a até quatro casos por 10 mil habitantes.
Com objetivo de combater a doença, o grupo de pesquisadores possui uma parceria com um grupo fora do país que produz antígenos que são testados aqui em Sergipe. Além disso, o Hospital Universitário possui um ambulatório que atende os pacientes de hanseníase gratuitamente nos dias de terça e quinta-feira.