| Em 04/08/2016

Fapes apoia projeto de sistema automático para irrigação

Levar nutrientes ao solo cultivado com água de irrigação não é uma técnica nova. Conhecido como fertirrigação, o método consiste em irrigar a lavoura a partir de fertilizantes comerciais ou certos resíduos orgânicos líquidos diluídos em água, aumentando consideravelmente a produção.Embora a distribuição de água seja automática, todo o processo de dosagem e mistura dos nutrientes é realizado manualmente na maioria das lavouras do país.Mas essa realidade está perto de mudar. Atenta ao cenário atual de estiagem no Espírito santo, a ETAURE vem implementando uma tecnologia inovadora para o setor, por meio do projeto “AutoCamp – Automação de Fertirrigação”, que permitirá dosar e misturar os fertilizantes automaticamente de acordo com a necessidade da lavoura.

O projeto, em desenvolvimento adiantado, conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), e também com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finepe), por meio do Programa de Subvenção Econômica TECNOVA-ES, Edital Fapes/Finep nº 13/2013.

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Preparar manualmente os nutrientes para a fertirrigação ocasiona uma produtividade limitada, grande desperdício e danos ambientais, além de exigir mais disponibilidade de mão de obra. E, se não bastasse, o Espírito Santo enfrenta uma crise hídrica sem precedentes. Somados a isto, os líderes de mercado são estrangeiros, cujos equipamentos não estão na língua portuguesa, dificultando significativamente o trabalho de quem os operam.

Segundo o engenheiro de computação da ETAURE Henrique Meira, coordenador do projeto, tudo teve início a partir de conversas com cafeicultores do Norte do Estado, quando perceberam o cenário descrito acima. Em seguida, procuraram professores e pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em São Mateus, quando constataram que a utilização de técnicas de fertirrigação pode elevar em 30% a produtividade na cafeicultura e de até 100% em outras culturas. “Foi quando percebemos a motivação não só econômica, mas também ambiental do AutoCamp”, lembrou.

Para Saulo Bittencourt, CEO da ETAURE, o AutoCamp é um conjunto que integra hardware, software, sensores e atuadores que permitirá aos produtores rurais implementarem um sistema totalmente automatizado de fertirrigação, reduzindo o contato humano aos agentes fertilizantes, a necessidade de mão de obra e consequente custo, além de proporcionar aumento na frequência da aplicação, o que resultará maior produtividade por hectare. “O produto final proporcionará aos produtores de lavouras que necessitem de irrigação e adubação a possibilidade de dosar e misturar automaticamente os fertilizantes, fazer a operação de fertirrigação, retrolavagem de sistemas e o acionamento de conjuntos moto-bombas, podendo todo este processo ser gerenciado remotamente direto do escritório”, explicou.

Henrique Meira complementa que o AutoCamp“além de aumentar significativamente a produtividade da lavoura, permitirá a preservação dos recursos hídricos e insumos, reduzindo os custos de produção e diminuindo os impactos sobre a disponibilidade destes recursos”, finalizou. Ainda de acordo com os desenvolvedores, a expectativa é de que a ferramenta de Fertirrigação automatizada esteja concluída em 2017, podendo estar disponível ao mercado capixaba, nacional e internacional.

Segundo o Diretor-presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon, o objetivo central do TECNOVA é promover um significativo aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas, especialmente micro e pequenas, e da economia capixaba. Ao todo, foram selecionados 38 projetos, com investimentos da ordem de aproximadamente R$ 14 milhões. Ainda de acordo com Buffon, o Programa seleciona projetos de inovação, “que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado”, explicou.

Fonte: Lucyano Ribeiro – Assessoria de Comunicação Fapes/Secti

 

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