| Em 11/11/2015

Estudo com recursos da Fapeam pode auxiliar na redução de custos no tratamento de doenças pulmonares pelo SUS

Identificar a frequência de casos de infecção pulmonar provocada por fungos, orientar pacientes quanto ao tratamento correto e, com isso, reduzir os custos dos atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Estes são os objetivos do estudo realizado pela médica Joyce Matsuda, com pacientes da Policlínica Cardoso Fontes, em Manaus.

Intitulada “Infecções Fúngicas Pulmonares em pacientes da Policlínica Cardoso Fontes Manaus/AM”, a pesquisa conta com recursos financeiros do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS).

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Matsuda, que é pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), disse que teve o interesse pelo estudo devido à semelhança dos sintomas entre pessoas infectadas por fungos com as suspeitas de estarem com tuberculose. “Se a pessoa já tem um histórico de tuberculose, mesmo que o escarro dê negativo para doença se inicia um tratamento para essa patologia. Quando conseguimos identificar a infecção pulmonar, mudamos para o tratamento. Isso beneficia a população e o serviço de saúde que não gasta na aplicação de medicamentos e exames de doenças pulmonares”, informou Matsuda.

Conforme dados parciais do estudo, um total de 213 pacientes com suspeita de tuberculose foram analisados ao longo do projeto de pesquisa. Deste total, 15 pacientes, que correspondem a 7%, foram diagnosticados com infecção fúngica. O autônomo, José Domingos, de 46 anos, integra o quadro de pacientes com a infecção pulmonar provocada por fungos. Ele tinha um histórico de três tratamentos de tuberculose pulmonar.  “Após dez anos a doença voltou e comecei o tratamento para tuberculose novamente, pois o exame deu positivo. Com seis meses tomando medicamento não vi melhoras e fui encaminhado para a doutora Joyce que constatou a infecção por fungos depois de realizar vários exames”, disse Domingos.

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Infecções Fúngicas 

Conforme o projeto de pesquisa de Joyce Matsuda, as infecções fúngicas pulmonares são enfermidades que acometem o homem por um longo período de tempo e estão presentes, frequentemente, em pessoas que tem mais de 30 anos.

O clima úmido e a proximidade com a floresta, contribuem para que a região amazônica tenha uma alta incidência de casos de infecção fúngica, segundo a pesquisadora. Nesse contexto, a pesquisdora explicou onde as infecções fúngicas são adquiridas.

“A aspergilose pulmonar é uma doença provocada por um fungo universal oportunista. Para ter a doença, a pessoa precisa ter uma debilidade da sua imunidade ou uma lesão pulmonar prévia para o fungo poder se instalar. A paracoccidioidomicose é uma doença causada por um fungo encontrado na terra e está relacionada à agricultura. Além da relação com pacientes de HIV-Aids, a micose histoplasmose pode ser encontrada em fezes de morcego e aves. Já criptococose pode ser adquirida inalação de fumaça de queimadas de madeira e fezes de pombo e também tem relação com pacientes de HIV”, explicou a médica.

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=hf24tiTtSzE

Sobre o PPSUS

Desde 2002, o Ministério da Saúde tem desenvolvido a estratégia de descentralizar os recursos para pesquisa entre as regiões do País, para reconhecer as demandas regionais e solucioná-las em parceria com os agentes locais. Neste cenário, desde 2004, o governo do Estado via Fapeam e as Secretarias de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI) e de Saúde (Susam), em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aportam recursos às instituições de saúde no Amazonas para o desenvolvimento de pesquisas.

O programa pretende apoiar a execução de projetos de pesquisa que promovam a formação e a melhoria da qualidade de atenção à saúde no Amazonas no contexto do SUS, representando significativa contribuição para o desenvolvimento da CT&I no Estado.

Texto: Francisco Santos/Ag. Fapeam

Fotos: Érico Xavier/Ag.Fapeam

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