| Em 09/10/2024

Por Dentro da Fapesc: pesquisa utiliza produtos naturais no combate ao Aedes aegypt

Projeto desenvolvido em Chapecó teve apoio do edital Pronem (Foto: Divulgação)

Ao longo de seus 27 anos de história, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), tem sido um dos pilares para o desenvolvimento e para o crescimento do ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) no estado de Santa Catarina. A partir do fomento da Fapesc, muitas ideias se tornaram negócios, muitas pesquisas para a melhoria de vida dos catarinenses foram realizadas e muitos produtos e serviços inovadores chegaram ao mercado. E para trazer um pouco de tudo que a Fapesc fomenta, a fundação dá início neste mês de outubro à série “Por Dentro da Fapesc”.

A série trará no site e nas redes sociais, cases de projetos desenvolvidos com apoio do Governo do Estado, via editais de chamada pública. Além disso, “Por Dentro da Fapesc” também terá um espaço nas redes sociais dedicado para explicar como o trabalho é feito nos bastidores da fundação.

Dando início à série, conheça a pesquisa “Tecnologia supercrítica aplicada a produção de partículas para o controle do mosquito Aedes aegypti: consequências dos efeitos da densidade dependente”, desenvolvida pela Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó), sob a liderança do professor doutor Jacir Dal Magro.

O projeto recebeu fomento do edital do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem), desenvolvido pela Fapesc e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), voltado para grupos de pesquisa já instalados em Santa Catarina e que possuam alta capacidade de produção científica e tecnológica.

Estudo aponta princípios ativos extraídos da cúrcuma, tomilho e eucalipto como larvicidas eficazes

Com o apoio do Governo do Estado, o estudo avaliou o potencial da cúrcuma, do tomilho e de sete variedades de eucalipto (quatro espécies e três híbridos) no combate ao mosquito da dengue, trazendo resultados promissores. “Os princípios ativos extraídos destes produtos naturais demonstraram eficácia, especialmente quando utilizados como larvicidas, representando uma alternativa mais ecológica aos produtos comerciais. Além disso, o estudo indica que os mosquitos encontram maior dificuldade em desenvolver resistência aos princípios ativos dos produtos naturais em comparação aos inseticidas convencionais”, afirma Dal Magro.

Outro aspecto levantado pela pesquisa é a importância de um planejamento cuidadoso no controle das larvas do Aedes aegypti. O professor observa que, ao utilizar uma concentração menor dos princípios ativos dos produtos naturais, não apenas houve uma redução na mortalidade das larvas, como também as sobreviventes apresentaram fortalecimento. “Quando não se usa uma proporção adequada de larvicida, pode favorecer o desenvolvimento de mosquitos adultos maiores e mais longevos, aumentando o risco de transmissão de doenças”, salienta o coordenador da pesquisa.

(Fotos: Divulgação)

Fomento do Governo do Estado foi fundamental para a realização do estudo

A pesquisa utilizou a tecnologia supercrítica para elaboração de extratos e obtenção de princípios ativos dos produtos naturais para a verificação de sua eficiência como larvicida. Dal Magro explica, que essa tecnologia ainda pouco difundida no Brasil, oferece uma alternativa ambientalmente mais segura para a extração de compostos de plantas, utilizando gás carbônico em vez de solventes tóxicos. A mesma tecnologia foi aplicada na obtenção dos principais princípios ativos das plantas na forma particulada.

“O timol (principal componente do óleo de tomilho) e a curcumina (princípio ativo predominante da cúrcuma) foram micronizados e cocristalizados, combinados com outras moléculas de maior solubilidade em água. A utilização destas partículas, que apresentam maior solubilidade e eficácia larvicida, especialmente quando associadas a metodologias avançadas como a micronização e a cocristalização, resultou em um aumento significativo da mortalidade das larvas. Em algumas condições experimentais, as taxas de letalidade chegaram a 100% em comparação ao princípio ativo não processado”, explica o pesquisador.

O equipamento necessário para a utilização da tecnologia supercrítica foi adquirido com recursos que o projeto recebeu via edital do Pronem. “O apoio da Fapesc foi fundamental. A partir dele pudemos realizar a pesquisa com equipamento mais moderno e que ficará na universidade para ser usado em outros estudos que virão dentro desta mesma linha de pesquisa. Além disso, o projeto recebeu bolsa de mestrado”.

Confira o depoimento do professor Jacir Dal Magro no Instagram da Fapesc.

Fonte: FAPESC (Por: Milena Nandi/ Ascom Fapesc, com adaptações)

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