Quatro agências estrangeiras passaram a integrar a chamada Expedições Científicas, lançada em novembro pela Iniciativa Amazônia+10 em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e que está aberta para inscrições até 29 de abril de 2024. São elas o British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), ambas do Reino Unido, a Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça, e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (BAYLAT), da Alemanha.
As instituições vão apoiar pesquisadores dos seus respectivos países a desenvolverem estudos relacionados à Amazônia Brasileira – as informações e os detalhes dos itens financiáveis de cada agência estão descritos no Anexo IX do edital e, no caso dos proponentes ao UKRI, também no Anexo X.
O CNPq e as 19 Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais envolvidas no edital disponibilizaram R$59,2 milhões para o financiamento de pesquisas voltadas à expansão do conhecimento científico da sociobiodiversidade sobre áreas pouco conhecidas da maior floresta tropical do mundo. Com os aportes financeiros das quatro agências internacionais – 30 mil euros, 5 milhões de libras esterlinas (sendo £ 4 milhões aportados pelo UKRI e £ 1 milhão pelo British Council) e 1 milhão de francos suíços –, a chamada Expedições Científicas agora tem um fundo total de aproximadamente R$ 94 milhões.
Além disso, o British Council também vai investir em outras ações em conjunto com a Iniciativa Amazônia+10, entre elas um programa de bolsas de início de carreira para pesquisadores da Amazônia Legal no Reino Unido. São £360 mil para financiar 6 bolsas, em torno de R$2,1 milhões.
E foi lançada, ainda em 2023, a chamada Amazonia BR/UK Workshops Grants, que tinha como objetivo financiar workshops científicos para apoiar a realização de novas pesquisas, projetos e colaborações entre pesquisadores brasileiros e britânicos em temas relacionados à Amazônia. O British Council disponibilizou em torno de £370 mil, aproximadamente R$2,3 milhões, para esta chamada. As propostas enviadas até 7 de janeiro de 2024 estão em fase de avaliação.
O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) também assinou Memorandos de Entendimento com a SNSF, o BAYLAT e o UKRI para cooperação no âmbito da Iniciativa Amazônia+10 entre as três entidades internacionais e as FAPs.
Sobre o edital Expedições Científicas
Embora a Amazônia seja uma das maiores e mais intactas florestas do mundo, ela é também uma das menos conhecidas em termos biológicos. Seu tamanho imenso, sua diversidade e seus acessos limitados fazem com que a tarefa de documentar sua biodiversidade seja extremamente desafiadora.
O edital tenta justamente preencher duas lacunas, uma geográfica e outra taxonômica, além de também apoiar expedições voltadas a ampliar o conhecimento da diversidade sociocultural dos povos tradicionais da Amazônia. Serão financiadas pesquisas, por exemplo, sobre o patrimônio material e imaterial de povos ancestrais, indígenas e tradicionais, documentação de línguas indígenas e sistemas de conhecimento associados, além da relação entre dinâmicas territoriais de povos tradicionais com o uso sustentável dos recursos naturais da floresta.
Importante ressaltar que a participação de integrantes estrangeiros em pesquisa de expedições científicas requer autorização que deverá ser solicitada aos órgãos competentes pelo colaborador no Brasil (orientações no site do CNPq) e as devidas licenças (de coleta, acesso ao material genético, envio de material para o exterior, etc) devem ser providenciadas pelos pesquisadores brasileiros da equipe. Uma das diretrizes do edital é justamente que o material coletado nas expedições científicas seja catalogado e tombado em instituições amazônicas, como forma de preservação desse patrimônio.
A divulgação do resultado final das propostas contempladas acontecerá em agosto de 2024.
Iniciativa Amazônia+10
A Iniciativa Amazônia+10 é liderada pelo CONFAP e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti), e conta também com a parceria do CNPq. O programa já destinou quase R$100 milhões em recursos para projetos científicos na região, articulando grupos de pesquisa que combinam pesquisadores da Amazônia Legal e de outros Estados brasileiros.
Fonte: Iniciativa Amazônia+10
SIGA O CONFAP NAS REDES SOCIAIS: