Quanto à relação da EPS com a saúde mental do trabalhador, os sujeitos expressaram que o fato das pessoas poderem falar em momentos onde se reúnem para melhoria de sua formação colabora, favoravelmente para a saúde mental. Correlacionando com a psicodinâmica são necessários espaços públicos de discussão para que o trabalhador ressignifique o conteúdo de seu trabalho e haja transformação da realidade. O fato das pessoas se sentirem melhor quando discutem questões do trabalho, para melhorar suas ações, demonstra que a psicodinâmica do trabalho tem contribuições valiosas a oferecer sobre o tema.
Foi evidente a relevância desta pesquisa que buscou entender como o processo de educação em saúde, formação e qualificação de gestores e trabalhadores de saúde tem ocorrido, em meio a transformações na organização do trabalho no setor público. Dessa forma, a investigação dos processos educativos em saúde, envolvendo a formação permanente de gestores e trabalhadores, proporcionou o encaminhamento de um Projeto de Extensão “Educação Permanente em Saúde: oficinas de formação”, que potencializará a aplicabilidade dos resultados para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde.
“Esta pesquisa estudou o processo de educação em saúde, formação e qualificação de gestores e trabalhadores de saúde, em meio a transformações na organização do trabalho no setor público. Foi necessário investigar os processos educativos em saúde, envolvendo a formação permanente de gestores e trabalhadores, considerando que a constante qualificação desses atores repercute de forma direta na assistência a saúde prestada aos usuários”, explica Sandra.
A metodologia qualitativa privilegiou a dimensão subjetiva dos fatos, considerando a natureza biopsicossocial e possibilitando a apreensão dos significados contidos nos discursos dos sujeitos. Os resultados foram organizados a partir da leitura do material coletado nos grupos focais e nas entrevistas, elencando quatro categorias de análise: gestão do trabalho; formato da educação permanente em saúde; saúde mental do trabalhador e EPS – os dois lados da moeda; e trabalho em rede.
“É importante pontuar que a pesquisa deve ser considerada como um recorte no tempo e no espaço, e que o SUS como um sistema amplo e complexo nunca será plenamente conhecido. O trabalho e os processos de gestão são dinâmicos e estão sempre em mudança, sempre haverá mais cenários para serem explorados e repensados, e outras pesquisas ainda precisam ser realizadas”, afirma Sandra.