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No último sábado (15), o Parque Municipal de Mossoró recebeu o evento Elas na Ciência. A ação de popularização da ciência, promovida pela Fundação de Promoção e Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação do RN (Fapern), ofereceu uma programação diversificada destacando o protagonismo feminino na ciência e incentivando meninas a se interessarem pela área.
Realizado em alusão ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, o evento contou com oficinas, rodas de conversa, práticas experimentais e contação de histórias, criando um espaço lúdico e acessível para a popularização da ciência.
Para o Diretor-Presidente da Fapern, Gilton Sampaio, a escolha do parque como cenário do evento reforça a conexão entre ciência, meio ambiente e inclusão. “Parques ecológicos e parques públicos têm um espaço de popularização, um espaço que permite que todas as pessoas adentrem e usufruam o que há de melhor neles. Então, a escolha desse local foi permitir a socialização e mostrar que ciência é também a natureza e preservação”, destacou.
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As atividades do Elas na Ciência atraíram participantes de todas as idades. A tarde começou com a contação de histórias “Cientistas na História”, seguida de experimentos científicos conduzidos pelo Projeto Educa Ciência (UFERSA/Fapern), em parceria com o projeto Ciência no Parque. Oficinas de pintura facial, Libras e dobraduras também fizeram parte da programação, que se encerrou com um momento de musicalização brincante.
A coordenadora do projeto Fapern Comunica, Ivanúcia Lopes, celebrou o impacto positivo do evento e destacou a importância de inspirar novas gerações de cientistas. “Podemos dizer que nosso objetivo foi alcançado e que este foi apenas um pontapé inicial do que a Fapern tem para oferecer e partilhar com a população do Rio Grande do Norte. Esperamos que muitas crianças, meninas e mulheres se inspirem, reconheçam seu espaço na ciência e se vejam como futuras cientistas”, ressaltou.
Incentivo e permanência das mulheres na ciência
O evento também reforçou a importância de não apenas ampliar o ingresso de mulheres na ciência, mas garantir sua permanência. A pesquisadora bolsista da Fapern, responsável pela organização do evento Elas na Ciência, Shemilla Paiva, destacou a necessidade de suporte contínuo para que essas mulheres possam seguir suas trajetórias acadêmicas.
“O ingresso é a primeira etapa. E isso começa com as meninas, desde os anos iniciais, mas tão importante quanto o ingresso é garantir a permanência dessas mulheres na ciência”, ressalta. Ela lembra que durante a graduação e, principalmente, nos programas de pós-graduação, a continuidade dessas trajetórias está diretamente relacionada ao acesso a bolsas de iniciação científica e pesquisa. “Além das atividades do cuidado que muitas mulheres desenvolvem, como a maternidade e o suporte a familiares, é fundamental que elas tenham condições de permanecer fazendo ciência, e esse é um dos papéis da Fapern: garantir, via edital, a distribuição dessas bolsas de forma equânime entre os territórios de cidadania do Rio Grande do Norte”, explicou.
Inclusão e desafios
De acordo com o CNPq, as mulheres representam 43,7% das pesquisadoras no Brasil, mas ocupam menos de 10% dos cargos de liderança na área. Além disso, um levantamento do Movimento Parent in Science revelou que, no início da pandemia, 65,3% dos homens com filhos conseguiram publicar artigos, enquanto apenas 47,4% das mães pesquisadoras mantiveram a mesma produtividade.
Diante desses desafios, a Fapern reforça seu compromisso em ampliar o acesso à ciência e estimular a inclusão de meninas e mulheres.
A iniciativa faz parte das ações de popularização da ciência do Eixo 3 do Programa Estratégico de Pesquisa Aplicada em Ambientes Inovadores do RN (Propin) e contribui para as metas do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do Governo do Estado, fortalecendo o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fonte: FAPERN (Por: Liana Lacerda/ Ascom Fapern)