O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e o Ministério da Educação da Austrália (DoE) realizaram na quarta-feira e quinta-feira, 23 e 24 de outubro, o evento Australia-Brazil Virtual Research Collaboration – 2024 Edition on Forests.
O objetivo do evento é estimular parcerias novas e existentes entre pesquisadores do Brasil e da Austrália para fortalecer a cooperação internacional entre os dois países em temas de interesse mundial. Nas quatro edições anteriores do evento foram abordados temas prioritários como Covid-19, Oceano, Segurança Alimentar e Dados dos Cidadãos, com a participação de mais de 200 pesquisadores seniores e em início de carreira dos dois países.
Nesta quinta edição, o tema abordado pelos pesquisadores no evento foi Florestas, refletindo os desafios e oportunidades urgentes enfrentados pelas sociedades australiana e brasileira na compreensão e preservação desses ecossistemas, especialmente sob os efeitos crescentes das mudanças climáticas e a necessidade de implementar transições econômicas em direção a uma maior sustentabilidade.
Sessão de abertura
A sessão de abertura do evento, realizada em formato online, aconteceu na quarta-feira (23), e contou com a participação do presidente do CONFAP, Odir Dellagostin; da assessora para Cooperação Internacional do CONFAP, Flávia Cerqueira; da conselheira de Educação e Pesquisa da Embaixada da Austrália no Brasil, Kassia Hare; do gerente de Educação e Pesquisa da Embaixada da Austrália no Brasil, Tiago Cordeiro e de palestrantes convidados e pesquisadores do Brasil e da Austrália.
Em sua fala de boas-vindas, o presidente do CONFAP destacou os desafios semelhantes enfrentados pelo Brasil e pela Austrália sobre o tema e a importância da atuação conjunta na busca de soluções científicas e tecnológicas para a preservação das florestas de ambos os países.
“A Austrália e o Brasil partilham desafios semelhantes, como a conservação da biodiversidade, a mitigação dos efeitos causados pelas alterações climáticas e as comunidades tradicionais, o que abre oportunidades para colaborações científicas internacionais. Os projetos conjuntos podem levar a inovações na gestão florestal e na proteção dos ecossistemas, por exemplo”, disse Odir Dellagostin.
A gerente de Educação e Pesquisa da Embaixada da Austrália no Brasil, Kassia Hare, lembrou da importância da preservação das florestas para os povos que as habitam. “As florestas na Austrália e no Brasil possuem imenso valor ambiental, social e econômico. Cobrindo respectivamente 17% e 58% das áreas terrestres destes países, estes ecossistemas são cruciais para preservar a biodiversidade e mitigar os efeitos das alterações climáticas”, disse Kassia Hare.
“Milhões de pessoas vivem dentro e à volta das florestas, incluindo centenas de comunidades tradicionais e dezenas de grandes centros urbanos, para os quais estas florestas desempenham funções econômicas vitais, incluindo a pesca, a extração sustentável, o turismo e a produção de energia”, concluiu Hare.
Parceria CONFAP e DoE
Na sequência, Flávia Cerqueira do CONFAP e Tiago Cordeiro da Embaixada da Austrália no Brasil apresentaram as oportunidades de fomento à Ciência,Tecnologia e Inovação (CT&I) disponíveis por agências no Brasil e na Austrália, além de projetos que já receberam fomento no âmbito do Memorando de Entendimento (MoU), assinado em 2020, pelo CONFAP e pelo DoE para viabilizar atividades em conjunto que possibilitem o intercâmbio científico entre o Brasil e a Austrália, como o evento Australia-Brazil Virtual Research Collaboration, que em 2024 chegou em sua quinta edição.
Flávia Cerqueira também apresentou a Iniciativa Amazônia+10, que é liderada no Brasil pelo CONFAP e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti), e conta com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de entidades internacionais. A Iniciativa Amazônia+10 apoia projetos de pesquisa em colaboração voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, à proteção de populações e comunidades tradicionais, aos desafios urbanos e à bioeconomia como política de desenvolvimento econômico na região da Amazônia Legal.
Palestras
Na continuidade da programação, dois palestrantes convidados de ambos os países apresentaram projetos de pesquisa e iniciativas voltadas à preservação das florestas.
Pelo lado brasileiro apresentou a diretora do Centro de Pesquisa em Dinâmica da Biodiversidade e Mudanças Climáticas (CBioClima) e professora titular da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Leonor Patrícia Cerdeira Morellato. Pelo lado australiano apresentou o professor e pesquisador emérito da James Cook University (JCU), William Frederick Laurance. Ao final das apresentações, o painel de perguntas e respostas contou com a moderação da vice-pró-reitora de Empreendimentos e Infraestrutura de Pesquisa da Flinders University, Fabiana Santana.
Sessão de Matchmaking
No segundo dia do evento, na quinta-feira (24), foi realizada a sessão de matchmaking entre os pesquisadores brasileiros e australianos com pesquisas científicas sobre florestas.
Os pesquisadores se dividiram em grupos em três salas virtuais para o diálogo sobre as pesquisas científicas que estão sendo realizadas relacionadas aos eixos temáticos Biodiversidade, Desmatamento e Comunidades Florestais.
Nesta quinta edição, o evento reuniu pelo lado brasileiro 36 pesquisadores, sendo 13 seniores e 23 em início de carreira, e pelo lado australiano 34 pesquisadores, sendo 13 seniores e 21 em início de carreira.
No fechamento do evento, os pesquisadores participantes receberam um e-book elaborado pelo CONFAP e pelo Ministério da Educação da Austrália com informações sobre as pesquisas científicas realizadas pelas equipes em seus respectivos países e os contatos dos pesquisadores para conexão e troca de informações.
Assessoria de Comunicação do CONFAP